Em ato de coragem, magistrado diz que 'Moraes é o principal responsável pela morte de Cleriston'

Desembargador Atribui Morte de Detento a Ministro do STF e Pede Providências Urgentes


Em um ato de coragem, o desembargador aposentado e advogado de um dos réus das manifestações de 8 de janeiro, Sebastião Coelho, responsabilizou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pela morte de Cleriston da Cunha, conhecido como Clezão. O falecimento ocorreu nesta segunda-feira, 20, enquanto Clezão estava detido na Papuda, no Distrito Federal.


"Alexandre de Moraes é o principal responsável pela morte de Cleriston, hoje, na Papuda", afirmou Coelho, indo além e apontando outras autoridades, incluindo membros do STF e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. O desembargador aposentado criticou a falta de ação de Pacheco e questionou a inércia diante do ocorrido.


"Até quando vamos ficar assistindo a essas barbaridades? Chegamos ao limite. Não dá mais. Providências têm que ser tomadas imediatamente", destacou Coelho, instando a Procuradoria da República a atuar para responsabilizar criminalmente Alexandre de Moraes. O magistrado também ressaltou a necessidade de uma resposta coletiva dos senadores e de outros ministros do Supremo, mencionando a importância da atuação do Ministério Público em termos criminais.


Clezão, de 46 anos, faleceu após sofrer um "mal súbito durante banho de sol" no presídio da Papuda, onde estava detido desde o início do ano. Diabético e hipertenso, enfrentava condições de saúde delicadas. A Procuradoria-Geral da República havia solicitado sua soltura, mas o STF não havia analisado o caso até o momento do óbito.


A situação agora levanta questionamentos sobre a responsabilidade das autoridades judiciais na preservação da vida dos detentos, especialmente quando apresentam condições de saúde vulneráveis. O desembargador Sebastião Coelho, ao apontar Moraes como o principal responsável pela tragédia, coloca em evidência a necessidade de um debate mais amplo sobre a manutenção de prisões preventivas em casos que envolvem riscos à saúde dos presos.


A urgência de providências imediatas, mencionada por Coelho, ressoa diante do contexto sensível do caso. A solicitação para a Procuradoria da República atuar na responsabilização criminal do ministro Moraes intensifica ainda mais a tensão política em torno do sistema judiciário brasileiro.


A morte de Clezão não apenas representa uma perda humana significativa, mas também serve como um alerta para a necessidade de revisão e reflexão sobre as práticas adotadas no sistema carcerário brasileiro. A análise desse caso específico traz à tona questões cruciais sobre a concessão de liberdade em situações de saúde frágil e a responsabilidade das autoridades judiciais diante dessas circunstâncias.


Aguardamos desdobramentos dessa trágica situação, enquanto a sociedade e os órgãos competentes se mobilizam para entender as circunstâncias precisas que levaram à morte de Clezão e para avaliar as medidas necessárias a fim de evitar tragédias similares no futuro.
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