Bolsonaro vê jogo combinado entre Senado e Câmara em PECs do STF


Bolsonaro Acusa Jogo Combinado entre Senado e Câmara em PECs do STF


Em uma reviravolta política, o ex-presidente Jair Bolsonaro levantou acusações contra o Congresso Nacional, alegando a existência de um jogo combinado entre o Senado e a Câmara dos Deputados em relação às Propostas de Emenda à Constituição (PECs) que visam limitar os poderes do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro expressou sua desconfiança em relação às intenções do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, sugerindo que este teria se apropriado da pauta por motivos eleitorais em vista de 2026.


O ex-presidente argumenta que a iniciativa de criar limites ao STF teria sido impulsionada por Pacheco, que, segundo Bolsonaro, teria adotado a pauta como uma estratégia eleitoral alinhada aos interesses de seu eleitorado de 2018, composto majoritariamente por antipetistas. Bolsonaro afirma que esse eleitorado estava fortemente inclinado a rejeitar a vitória de Dilma Rousseff para o Senado, e Pacheco teria percebido essa dinâmica política.


Rodrigo Pacheco, por sua vez, refutou as acusações do ex-presidente, defendendo as PECs como um sinal de respeito à instituição do STF. Em declarações à imprensa, Pacheco destacou a importância da independência dos Poderes e negou qualquer motivação eleitoral por trás da pauta. "Não admito que se queira politizar", afirmou o presidente do Senado, reforçando a seriedade das propostas em discussão.


A relação entre Bolsonaro e Pacheco tem sido marcada por tensões, especialmente em relação a temas sensíveis, como os limites de atuação do STF. O ex-presidente, ao caminhar até o STF, afirmou que vetaria reajustes a servidores durante a pandemia de coronavírus, destacando uma postura de confronto com as instituições.


O posicionamento de Bolsonaro vai além das acusações a Pacheco e se estende ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. O ex-presidente sugere que, na visão dele, Lira não levará adiante as propostas que tramitam na Câmara. Essa desconfiança amplia a narrativa de um suposto jogo combinado, indicando que as PECs estariam sendo aprovadas no Senado sem a real intenção de avançar na Câmara.


Diante desse cenário, Bolsonaro argumenta que a movimentação do Senado prejudica a oposição, uma vez que teria retirado do bolsonarismo a oportunidade de liderar a discussão sobre a imposição de limites ao STF. A pauta, segundo o ex-presidente, seria central para o seu eleitorado e ações do Senado teriam desviado a atenção e o protagonismo desse tema.


Enquanto o Congresso Nacional se envolve em debates acalorados sobre as PECs do STF, a população observa atentamente o desenrolar dessa controvérsia. As acusações de Bolsonaro adicionam mais complexidade a um cenário político já tumultuado, reforçando a polarização e a desconfiança entre os diferentes poderes da República. O desfecho dessas discussões terá implicações significativas não apenas para as instituições políticas, mas também para a estabilidade e o futuro do Brasil.

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