Na noite da última quarta-feira (13), o senador Sergio Moro, filiado à União Brasil-PR, movimentou as redes sociais ao sorrir e abraçar o governador Flávio Dino durante a sabatina no Senado. Contudo, a atenção se voltou para uma foto divulgada, na qual a tela do celular de Moro exibia conselhos de um contato identificado como "Mestrão". Essas mensagens alertavam o ex-juiz sobre críticas intensas nas redes sociais durante a sabatina de Dino.
A repercussão nas redes sociais foi imediata, marcada por críticas e revolta de apoiadores e admiradores de Sergio Moro. A principal indagação que surgiu foi: "Quem é Mestrão?". A resposta revelou-se ser Rafael Travassos Magalhães, atualmente vinculado ao gabinete de Moro e anteriormente colaborador do deputado estadual Ricardo Arruda (PL-PR) no Paraná. Rafael é mencionado em uma investigação por suspeita de envolvimento em uma prática conhecida como "rachadinha" no estado, conforme informações da coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo.
Segundo dados do portal do Senado, Magalhães desempenha a função de "auxiliar parlamentar intermediário" e recebe um salário mensal de R$ 7,1 mil. O apelido "Mestrão" acompanha Rafael desde seu período de trabalho com o deputado Arruda, quando ganhou a alcunha devido ao hábito de chamar as pessoas de "mestre".
A troca de mensagens entre Moro e seu assessor, flagrada pelo Estadão, revela a orientação para que o ex-juiz não tornasse público um eventual apoio a Flávio Dino. O conselho foi claro: "Não pode ter vídeo de você falando que votou a favor, se não isso vai ficar a vida inteira rodando". Moro concordou com a orientação, respondendo: "Blz [Beleza]. Vou manter meu voto secreto, é um instrumento de proteção contra retaliação".
A reação do deputado Ricardo Arruda não demorou a chegar, sendo compartilhada nas redes sociais juntamente com a foto. A legenda expressava sua indignação: "A verdade sempre aparece! Vergonha!! Traidor!!". O episódio adiciona um elemento de tensão ao cenário político, destacando os bastidores e as influências que permeiam decisões estratégicas de figuras públicas.
A revelação do aconselhamento de Mestrão a Sergio Moro adiciona uma nova camada de complexidade ao relacionamento entre políticos e assessores, evidenciando a sensibilidade das estratégias adotadas nos bastidores da política brasileira. O desdobramento desse episódio certamente será acompanhado de perto, impactando a percepção pública sobre as ações e decisões dos envolvidos.