Operação da PF em Angra dos Reis envolve apreensão de dispositivos eletrônicos ligados a Carlos Bolsonaro
Nesta segunda-feira (29), a Polícia Federal (PF) esteve em Angra dos Reis (RJ) para efetuar a apreensão de dois celulares e um computador pertencentes ao vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos). Durante a ação, os agentes também confiscaram anotações utilizadas na live da família Bolsonaro no domingo (28), que contou com uma audiência de mais de 400 mil espectadores simultâneos.
Segundo informações da defesa do parlamentar, a PF apreendeu ainda um tablet de um assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mesmo sem constar no mandado de busca e apreensão.
Carlos Bolsonaro, que se filiará ao PL para coordenar a campanha do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) à Prefeitura do Rio, foi alvo de mandados de busca e apreensão em uma operação da PF deflagrada por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A ação da PF contra Carlos ocorre quatro dias após a Operação Vigilância Aproximada, que teve como alvo o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Na última quinta-feira (25), o chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Bolsonaro teve seis celulares e dois notebooks apreendidos, inclusive em seu gabinete na Câmara dos Deputados.
A Operação Vigilância Aproximada foi um desdobramento da Operação Última Milha, deflagrada em outubro de 2023 para investigar o suposto uso criminoso da ferramenta FirstMile. Em nota, a PF afirmou que os supostos envolvidos teriam criado "uma estrutura paralela na Abin".
"[O grupo investigado] utilizou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal", declarou a PF.
A defesa de Carlos Bolsonaro informou que o vereador foi convidado pela Polícia Federal a prestar depoimento sobre os objetos apreendidos e que ele está colaborando com as investigações. Enquanto isso, o vereador já anunciou que presidirá o PL no município do Rio de Janeiro.
A operação levanta questionamentos sobre a relação entre a família Bolsonaro e possíveis práticas irregulares no uso de ferramentas de inteligência do Estado. O contexto da apreensão dos dispositivos eletrônicos durante a live da família e a ligação com a Operação Vigilância Aproximada indicam um desdobramento significativo nas investigações em curso.