Domingos Brazão é Apontado como Possível Mandante do Assassinato de Marielle Franco, Segundo Delação de Ronnie Lessa
Em uma reviravolta surpreendente, Ronnie Lessa, policial militar reformado acusado de executar a vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, em 2018, apontou Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), como um dos mandantes do crime. As revelações foram feitas em uma delação premiada e divulgadas pelo The Intercept Brasil.
Brazão, de 58 anos, ex-vereador e com cinco mandatos consecutivos como deputado estadual entre 1999 e 2015, é agora envolvido em uma séria acusação que abala sua longa carreira política. As informações sobre seu suposto envolvimento surgiram durante a operação que levou à prisão de Ronnie Lessa, trazendo à tona uma trama complexa que agora coloca Brazão no centro das investigações.
O conselheiro do TCE-RJ, conhecido por seus 25 anos de vida pública, já teve sua cota de controvérsias. Desde polêmicas até processos judiciais, suspeitas de corrupção, fraude e até homicídio, sua trajetória é marcada por escândalos. Em 2017, Brazão foi preso sob a acusação de receber propina de empresários, no âmbito da Operação Quinto do Ouro, desdobramento da Lava Jato. Essa prisão resultou em um afastamento de quatro anos do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro.
Entretanto, as acusações recentes têm implicações ainda mais graves. Ronnie Lessa, em sua delação premiada, apontou Brazão como um dos responsáveis intelectuais pelo assassinato de Marielle Franco, um crime que chocou o país e reverberou internacionalmente. As informações agora aguardam homologação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), uma vez que Brazão detém foro privilegiado devido ao seu cargo no TCE-RJ.
Márcio Palma, advogado de Domingos Brazão, manifestou-se ao site The Intercept, afirmando não ter acesso aos autos da investigação, alegando que seu cliente não era alvo das investigações anteriores. A defesa, portanto, aguarda o desenrolar do processo para entender as implicações da delação de Ronnie Lessa.
O caso Marielle Franco ganha novos contornos com a inclusão do conselheiro do TCE-RJ como possível mandante do crime. A sociedade agora aguarda ansiosamente a homologação da delação e as subsequentes ações judiciais que podem desvendar os mistérios por trás do brutal assassinato da vereadora e de seu motorista.
Enquanto isso, a reputação de Domingos Brazão, construída ao longo de décadas na política fluminense, está sob intensa pressão. A resposta das autoridades e a reação da opinião pública definirão os próximos capítulos desse intrincado enredo, que mistura política, corrupção e um crime que permanece como um símbolo de impunidade a ser enfrentado pelo sistema judiciário brasileiro.