Senador é pego em flagrante: R$ 9 milhões em emendas para a empresa do próprio suplente
Com o fim da Lava Jato, o país parece retornar à normalidade, mas no Amapá, uma recente descoberta abala a política. O senador Davi Alcolumbre (União-AP) direcionou R$ 9 milhões do orçamento secreto para uma obra em Santana (AP), executada pela empreiteira de seu suplente, Breno Barbosa Chaves Pinto.
A destinação volumosa de recursos para beneficiar a empresa do próprio suplente levanta questionamentos éticos. No entanto, a situação se agrava quando revelações recentes emergem.
A Construtora e Reflorestadora Rio Pedreira, propriedade do suplente, foi investigada pela Polícia Federal (PF) em dezembro de 2022 por suspeitas de superfaturamento em outra obra viária no Amapá. Na época, a investigação apontou um superfaturamento de R$ 6,1 milhões, levando a buscas e apreensões na residência do suplente.
O nome de Alcolumbre não figura nos documentos, e ele não divulgou a relação de emendas que patrocinou, mesmo após o Supremo Tribunal Federal (STF) obrigar a divulgação dos parlamentares.
Quem trouxe a público as informações foi o prefeito de Santana, Sebastião Bala Rocha, que revelou nas redes sociais que o montante foi enviado a pedido do ex-presidente do Senado.
Bala Rocha agradeceu a Alcolumbre em duas publicações no Instagram, destacando as obras de pavimentação conduzidas pela Rio Pedreira. As postagens geram controvérsias sobre a transparência na relação entre políticos e empreiteiras, colocando em xeque a integridade do senador e seu envolvimento nas decisões do orçamento.
A ausência do nome de Alcolumbre nos documentos e a não divulgação das emendas patrocinadas levantam suspeitas sobre possíveis irregularidades. A sociedade espera uma resposta clara do senador em relação a essas acusações, pois a falta de transparência compromete a confiança dos eleitores nas instituições democráticas.
O Supremo Tribunal Federal (STF) pode ser acionado para investigar a conduta do senador e avaliar se houve abuso de poder. Além disso, o Ministério Público Federal (MPF) poderá conduzir uma investigação independente para esclarecer os possíveis desdobramentos desse caso.
Este incidente reacende discussões sobre a necessidade de reformas na legislação relacionada ao financiamento de campanhas e ao orçamento público. A transparência e a prestação de contas tornam-se ainda mais cruciais para preservar a integridade do sistema político.
O partido ao qual Alcolumbre pertence deverá se pronunciar sobre o assunto, delineando sua posição em relação às alegações e indicando se tomará alguma medida disciplinar contra o senador. A opinião pública aguarda atentamente por uma resposta coerente e ética diante dessas graves acusações.
Em meio a essas revelações, a confiança dos eleitores na classe política é mais uma vez abalada. Resta agora aguardar os desdobramentos legais e institucionais que esse episódio possa desencadear, na esperança de que a justiça prevaleça e os interesses da sociedade sejam prioritários no processo.