Chega ao fim o "silêncio" das Forças Armadas


Forças Armadas rompem o silêncio em meio a investigações da Polícia Federal


No dia 12 de fevereiro de 2024, o comandante da Aeronáutica, Marcelo Damasceno, quebrou o silêncio das Forças Armadas ao expressar total apoio a uma "investigação completa" conduzida pela Polícia Federal (PF) sobre o suposto envolvimento de membros militares em uma tentativa de golpe de Estado.


A declaração de Damasceno veio após o lançamento da Operação Tempus Veritatis pela PF, que resultou na execução de 33 mandados judiciais, autorizados pelo Supremo Tribunal Federal, mirando indivíduos ativos nas Forças Armadas.


Damasceno reforçou a postura rigorosa da Aeronáutica diante de qualquer violação dos códigos disciplinares, afirmando que "qualquer coisa que fira nossos diplomas disciplinares será punida".


Questionado sobre uma suposta reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro, divulgada pela PF, Damasceno afirmou não possuir "informação nenhuma a respeito" e destacou a falta de conhecimento sobre as atividades internas do Palácio do Planalto.


"Não sabia do que acontecia dentro do Palácio do Planalto. A Força Aérea foi profissional, focada na sua missão. Nesta mesa aqui, do Alto Comando, não se falava de política. A nossa posição foi de isenção em relação ao governo Bolsonaro", declarou o comandante.


A Marinha do Brasil também emitiu uma manifestação, mantendo uma postura reservada sobre as investigações em andamento, sob sigilo judicial. A instituição reiterou seu compromisso com a missão constitucional, enfatizando a aderência aos valores éticos, legais e à transparência em suas ações.


Por sua vez, o comandante do Exército, general Tomás Paiva, anunciou internamente o afastamento dos quatro militares da ativa que foram alvos da operação. Segundo informações de bastidores, a cúpula do Exército avaliou que as medidas judiciais contra os oficiais precisam ser respeitadas, enfatizando a necessidade de "individualizar a culpa" e de que "quem errou tem que responder".


As manifestações das Forças Armadas geraram diversas reações na sociedade brasileira. Enquanto alguns se mostraram decepcionados, outros aplaudiram a postura de transparência e comprometimento com a legalidade.


Paralelamente, nas redes sociais, o termo "melancia" ganhou destaque, refletindo a crescente polarização e os debates acalorados em torno das investigações e do papel das instituições democráticas.


Enquanto isso, nos bastidores políticos, Jair Bolsonaro trabalhava estrategicamente para evitar uma eventual prisão política, ciente das intenções de seus opositores e das repercussões que as investigações poderiam ter em seu futuro político.


À medida que as investigações avançavam e as instituições se posicionavam, o Brasil se via diante de um momento crucial, onde a busca pela verdade e pela justiça se entrelaçava com as disputas políticas e os desafios da democracia em um país marcado por sua complexidade e diversidade.

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