Efeito Lula: 2023 Registra um Aumento Expressivo no Fechamento de Empresas no Brasil
O cenário empresarial brasileiro enfrentou um desafio significativo em 2023, com um aumento alarmante de 25,7% no fechamento de empresas em comparação com o ano anterior, revelou o Mapa de Empresas do governo federal. Ao longo do ano, 2.153.840 negócios foram encerrados, resultando em uma média de quatro fechamentos a cada minuto. Esse aumento é substancialmente maior do que os 1.712.993 encerramentos registrados em 2022, sendo as microempresas e empresas de pequeno porte as mais impactadas, totalizando 2.049.622 e 49.631 fechamentos, respectivamente.
No período entre janeiro e novembro do ano passado, 670 empresas declararam falência, enquanto outras 1,3 mil buscaram recuperação judicial, conforme dados da Serasa. Destaca-se o caso das Lojas Americanas, que teve seu pedido de recuperação judicial aprovado após acumular uma dívida superior a R$ 40 bilhões.
Apesar desse quadro desafiador, houve uma abertura positiva de novas empresas, totalizando 3.868.687 registros ao longo do ano. Isso resultou em um saldo de 1,7 milhões de novos empreendimentos, mantendo um total de 20,7 milhões de empresas ativas em 2023. O estado do Mato Grosso se destacou com o maior crescimento percentual em aberturas, enquanto Roraima liderou em fechamentos.
Entre os setores que mais registraram abertura de empresas estão a preparação de documentos, comércio varejista de vestuário e acessórios, promoção de vendas e serviços de beleza.
Um estudo do Sebrae revela que os microempreendedores individuais (MEIs) enfrentam as maiores taxas de "mortalidade" de negócios, com 29% fechando em até cinco anos. Fatores como menor acesso a crédito, falta de capacitação e experiência contribuíram para essa realidade.
No cenário de recuperação judicial, empresas notáveis, como a 123Milhas, o Grupo Petrópolis e a companhia aérea Gol, enfrentam processos significativos. A Gol, por exemplo, teve seu pedido aceito pela Justiça de Nova York e busca um financiamento de quase R$ 5 bilhões.
Paralelamente a esses desafios empresariais, o Congresso Nacional derrubou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à prorrogação da desoneração da folha de pagamento de 17 setores até 2027. Essa medida permite que os empregadores paguem um tributo sobre a receita bruta, em vez de 20% sobre a folha de pagamento, beneficiando setores que empregam aproximadamente 9 milhões de pessoas. A desoneração é parte de um esforço mais amplo para aumentar a arrecadação da União e atingir a meta de déficit zero.