Exército obedece Moraes e toma atitude inédita

Dois oficiais do Exército Brasileiro foram oficialmente afastados de suas funções em meio a uma operação policial desencadeada pela Polícia Federal (PF) por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O coronel Bernardo Romão Corrêa Neto e o tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira foram os alvos da chamada Operação Tempus Veritatis, e tiveram seus afastamentos formalizados nesta quinta-feira (22).


Corrêa Neto, que ocupava o cargo de assistente no Comando Militar do Sul, foi identificado como um dos organizadores de um encontro envolvendo membros das Forças Especiais do Exército. Considerado um importante aliado de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Corrêa Neto estava sob suspeita de participação em atividades de cunho político que violavam as normas do Exército Brasileiro.


Por sua vez, Martins de Oliveira foi descrito pela PF como um dos coordenadores das estratégias planejadas para a execução de um possível "golpe de Estado". Além disso, teria sido responsável pela organização de recursos financeiros para apoiar tal operação, conforme apontam as investigações.


Ambos os oficiais foram detidos preventivamente por ordem de Alexandre de Moraes, que também determinou o afastamento de seus cargos. A medida foi oficializada por meio de publicação no Diário Oficial da União (DOU), sob a responsabilidade do Departamento-Geral de Pessoal do Exército.


O silêncio do Exército diante desses acontecimentos tem gerado decepção entre muitos brasileiros. Recentemente, manifestações das Forças Armadas têm sido escassas, alimentando especulações e debates acalorados nas redes sociais. O termo "melancia" tem ganhado popularidade online, refletindo o descontentamento de parte da população com a postura das instituições militares.


Essa operação policial ocorre em um contexto político tenso, com o objetivo declarado de investigar e possivelmente prender Jair Bolsonaro. O ex-presidente, ciente das pressões e acusações, tem trabalhado nos bastidores para evitar uma eventual prisão que ele considera ser de natureza puramente política.


Neste cenário, as instituições brasileiras enfrentam um teste de sua capacidade de lidar com crises e garantir o funcionamento democrático do país. O desenrolar desses eventos continuará sendo acompanhado de perto pela sociedade civil e pela comunidade internacional, que observam atentamente os rumos da democracia brasileira.

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