Reportagem Polêmica do Fantástico Gera Controvérsia e Questiona Integridade Jornalística da Globo
O programa Fantástico, da Rede Globo, causou agitação nas redes sociais após veicular uma reportagem sobre o medicamento semaglutida, utilizado para perda de peso, durante sua transmissão no domingo (4).
Apresentando o produto de forma amplamente positiva ao longo de quinze minutos, o segmento provocou uma enxurrada de críticas online, com espectadores acusando a matéria de ser uma "propaganda disfarçada" do remédio. Essa reação levanta sérias dúvidas sobre a integridade jornalística da emissora.
Na reportagem, o Fantástico destacou o caso de Natacha Ariboni, uma administradora de empresas de 29 anos, que relatou ter reduzido seu apetite e se sentido satisfeita com pequenas porções de comida após o uso da semaglutida. Embora o nome comercial mais conhecido do medicamento, Ozempic, não tenha sido explicitamente mencionado, o programa exibiu claramente o produto e sua embalagem, uma prática incomum para o jornalismo televisivo.
Além disso, o Fantástico também abordou o sucesso comercial da "caneta de emagrecimento", destacando a valorização da empresa farmacêutica Novo Nordisk, fabricante do medicamento.
A reportagem incluiu comentários de endocrinologistas e uma dermatologista sobre os benefícios da semaglutida, mas também ressaltou os desafios enfrentados por pacientes obesos que não têm condições de arcar com os custos do tratamento.
A veiculação dessa reportagem controversa levanta questões éticas sobre a linha tênue entre jornalismo e publicidade na mídia televisiva. A falta de transparência na apresentação do conteúdo pode prejudicar a credibilidade da emissora e minar a confiança do público em seu jornalismo.
Diante das críticas e da controvérsia gerada, a Rede Globo enfrenta um dilema sobre como abordar assuntos sensíveis e potencialmente lucrativos como o emagrecimento em seu conteúdo jornalístico. O público espera que a emissora respeite os princípios éticos e mantenha a independência editorial em suas reportagens, sem ceder a pressões comerciais ou comprometer sua integridade jornalística.
Enquanto isso, resta aguardar para ver as repercussões dessa polêmica e como a Globo irá responder às críticas recebidas, tanto do público quanto de organizações reguladoras e da comunidade jornalística em geral.