Sindpesp Repudia Figurinos da Vai-Vai Associando Policiais a Figuras Demoníacas em Desfile de Carnaval
O Carnaval de São Paulo foi palco de uma polêmica envolvendo a escola de samba Vai-Vai e o sindicato dos delegados paulistas, o Sindpesp. Em meio aos festejos carnavalescos, uma ala do desfile da Vai-Vai intitulada “Sobrevivendo no Inferno” apresentou figurinos que associavam policiais a figuras demoníacas, gerando uma forte reação do sindicato.
Em uma nota de repúdio publicada nas redes sociais, o Sindpesp condenou veementemente a escola de samba por tratar "de forma vil e covarde" os agentes da lei. O sindicato salientou a dedicação desses profissionais na proteção da sociedade, muitas vezes em condições adversas, e repudiou veementemente a representação negativa dos policiais no desfile da Vai-Vai.
Por sua vez, a escola de samba Vai-Vai defendeu seu desfile como um manifesto cultural. O enredo intitulado “Capítulo 4, Versículo 3 – Da Rua e do Povo, o Hip Hop: Um Manifesto Paulistano” visou destacar a cultura de rua e o hip hop, frequentemente marginalizados em São Paulo. A Vai-Vai argumentou que a ala em questão era uma homenagem ao álbum “Sobrevivendo no Inferno” dos Racionais MCs, sem a intenção de atacar individualmente a polícia, mas sim ressaltar o contexto histórico dos anos 90.
A controvérsia se intensificou com a participação do pré-candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, no desfile da Vai-Vai. A presença de Boulos foi criticada pelo deputado federal Kim Kataguiri, aumentando ainda mais a tensão em torno do assunto.
O Sindpesp, por sua vez, aguarda um reconhecimento público da Vai-Vai sobre o suposto excesso e erro na referida ala. O sindicato exige que a escola de samba se retrate e reconheça o impacto negativo da representação dos policiais no desfile, comprometendo assim o clima festivo do Carnaval.
A polêmica levantou discussões sobre os limites da liberdade artística e a responsabilidade das escolas de samba na representação de questões sensíveis. Enquanto alguns defendem a criatividade e a expressão cultural, outros argumentam que a representação negativa dos policiais pode contribuir para a estigmatização e o preconceito contra essa categoria profissional.
Diante dessa polêmica, o Carnaval de São Paulo se tornou palco não apenas de festividades, mas também de debates importantes sobre questões sociais e culturais, refletindo a diversidade e as tensões presentes na sociedade brasileira.