Após uma reunião ministerial ocorrida na última segunda-feira (18/3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus ministros adotaram uma abordagem diferente para aumentar o engajamento nas redes sociais. Diante da pressão resultante da queda na avaliação do governo em pesquisas de opinião, uma estratégia mais informal e interativa foi implementada.
Essa mudança de estratégia ficou evidente na terça-feira (19/3), quando as contas oficiais do presidente, tanto no antigo Twitter quanto no Instagram, compartilharam um vídeo incomum. No vídeo, Lula é visto vestindo uma regata e shorts do Corinthians, alternando entre caminhada e corrida enquanto interage com o público.
Outra novidade é a inclusão de legendas no vídeo, algo pouco comum nas postagens institucionais. Essa abordagem parece ter sido bem-sucedida, já que o vídeo obteve cerca de 14 milhões de visualizações e 80 mil comentários combinados em ambas as redes, um engajamento muito acima da média das postagens de Lula.
Essa não é a primeira vez que o presidente adota uma estratégia de comunicação mais descontraída. Em novembro, após uma cirurgia no quadril, Lula compartilhou um vídeo em que aparecia vestindo roupas esportivas, chutando uma bola. O vídeo, com o tema "fitness", alcançou cerca de 8 milhões de visualizações apenas no antigo Twitter, representando o maior impacto desde sua posse em janeiro.
A tendência de postagens mais descontraídas foi seguida pelos ministros do governo. Na quarta-feira (20/3), os ministros também compartilharam vídeos com legendas, música e outras intervenções na tela para atrair mais atenção.
O ministro da Educação, Camilo Santana, e o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, responderam à publicação do presidente compartilhando vídeos de seus próprios exercícios matinais. "Presidente Lula, seguindo o seu exemplo, comecei o dia cuidando da saúde", escreveu Santana na legenda de seu vídeo.
Os resultados dessa estratégia já são visíveis nos números. A publicação de Santana no antigo Twitter alcançou mais de 120 mil visualizações, o maior índice do mês de março.
Apesar dos esforços do governo para aumentar o engajamento nas redes sociais, pesquisas de opinião recentes indicam uma queda na popularidade de Lula. Ele observou uma diminuição, especialmente entre mulheres e evangélicos, devido a declarações controversas sobre a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza.
Além disso, apesar dos problemas legais enfrentados, o ex-presidente Jair Bolsonaro ainda mantém uma presença dominante nas redes sociais em comparação com as páginas de Lula, de acordo com uma pesquisa da consultoria Ativaweb. Bolsonaro possui uma taxa de engajamento de 1,4%, enquanto Lula registra 0,44%.
Enquanto o governo busca novas estratégias de comunicação para melhorar sua imagem, o cenário político continua dinâmico, com a batalha pela atenção e o apoio do público sendo travada nas plataformas digitais.