Ditador Nicolás Maduro instala comissão contra o fascismo


Venezuela Anuncia Comissão Contra o Fascismo em Meio a Tensões Políticas


No domingo, 24 de março, a vice-presidente executiva da Venezuela, Delcy Rodríguez, revelou a criação de uma comissão para elaborar um projeto de lei contra o fascismo e qualquer expressão neofascista na política e vida nacional. A iniciativa, ordenada pelo presidente Nicolás Maduro, visa conter atos de violência e instabilidade, conforme destacado por Rodríguez em uma declaração nas redes sociais.


A "Alta Comissão de Estado contra o Fascismo e o Neofascismo" surge em resposta aos tumultos políticos que abalaram o país em anos anteriores, especialmente durante os protestos antigovernamentais de 2014, 2015 e 2017. Estes eventos, segundo o governo, representaram graves ameaças à economia, soberania e integridade territorial da Venezuela.


A vice-presidente executiva também apontou para a situação internacional, mencionando preocupações com a presença de expressões neofascistas em centros de poder global. Ela enfatizou que na Venezuela não serão tolerados o fascismo nem o neonazismo.


Este anúncio ocorre em um momento delicado, um dia antes do prazo final para o registro de candidatos às eleições presidenciais de 28 de julho. A oposição majoritária, reunida na Plataforma Unitária Democrática (PUD), enfrentou obstáculos para inscrever sua candidata, Corina Yoris, devido a questões de inelegibilidade envolvendo María Corina Machado, vencedora das primárias.


Nos últimos tempos, a PUD tem denunciado uma escalada de repressão e perseguição política no país. Essas preocupações foram reforçadas com a prisão do presidente do partido Vente Venezuela (VV), Henry Alviarez, e da secretária política nacional, Dignora Hernández, sob alegações de envolvimento em planos violentos relacionados às eleições.


A Procuradoria-Geral da República confirmou que sete membros do VV foram detidos, aumentando a tensão política no país. Enquanto isso, o governo afirmou que desde 2023 desmantelou sete conspirações destinadas a atacar a alta liderança chavista e criar uma atmosfera de violência política antes das eleições.


A criação da comissão reflete os esforços do governo venezuelano para fortalecer seu controle sobre o cenário político e neutralizar potenciais ameaças à estabilidade nacional. No entanto, críticos alertam para o risco de a medida ser utilizada para reprimir dissidentes e silenciar oposicionistas, exacerbando ainda mais as divisões políticas no país.


Enquanto isso, a comunidade internacional observa de perto os acontecimentos na Venezuela, preocupada com o impacto dessas ações sobre os direitos humanos e a democracia no país. A resposta internacional à nova comissão e às recentes prisões políticas provavelmente influenciará ainda mais a dinâmica política venezuelana e as relações diplomáticas globais.

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