O Exército Brasileiro está avaliando a adoção de medidas drásticas em resposta aos comentários negativos em suas redes sociais. Segundo as novas diretrizes, qualquer usuário pode ser bloqueado imediatamente, sem necessidade de justificativa, consulta prévia ou aviso prévio. Além disso, dependendo do teor das postagens, estas podem até ser encaminhadas para medidas mais severas pelas "autoridades competentes".
Nos últimos meses, as redes sociais do Exército têm sido inundadas por mensagens hostis e questionadoras. Desde o início de 2023, a instituição se viu obrigada a remover comentários de suas plataformas, sem esclarecer os motivos por trás dessa decisão.
Os comentários negativos seguem um padrão recorrente, expressando lamentos pela suposta "decadência" da instituição, apontando para sua falta de credibilidade junto à população e questionando seu compromisso com a nação e a quem realmente servem.
Atualmente, é possível observar que algumas publicações recentes da instituição têm a opção de comentários restrita ou completamente bloqueada, evidenciando a reação da instituição diante da hostilidade virtual.
A insatisfação da população brasileira com suas Forças Armadas é clara e evidente. A medida de restringir os comentários nas redes sociais não altera esse fato, apenas o destaca ainda mais. Tal decisão pode ser interpretada como uma tentativa de evitar o enfrentamento direto com a crítica pública, porém, não aborda as questões subjacentes que estão levando a essa insatisfação generalizada.
A relação entre as Forças Armadas e a população é uma questão sensível, especialmente em um momento em que o país enfrenta desafios políticos, econômicos e sociais significativos. A falta de transparência e comunicação eficaz por parte do Exército apenas contribui para aumentar a desconfiança e a insatisfação dos cidadãos.
Diante desse cenário, é crucial que as instituições públicas, incluindo as Forças Armadas, estejam abertas ao diálogo e à prestação de contas à sociedade. Restringir os comentários nas redes sociais pode ser interpretado como um sinal de fraqueza institucional, em vez de uma demonstração de autoridade.
É fundamental que o Exército Brasileiro reavalie sua abordagem em relação à comunicação com o público e busque formas mais eficazes de promover a confiança e o respeito mútuo entre a instituição e a população que serve. Afinal, em uma democracia saudável, a transparência e o diálogo aberto são essenciais para o fortalecimento das instituições e a construção de uma sociedade mais coesa e justa.