Durante uma audiência pública na Comissão de Segurança Pública do Senado, o deputado federal Marcos Pollon lançou um discurso contundente, expondo uma série de abusos que, segundo ele, vêm sendo cometidos por membros do Supremo Tribunal Federal (STF). Pollon também levantou a preocupação sobre o que ele descreveu como um conluio entre o Partido dos Trabalhadores (PT) e alguns ministros da suprema corte, alertando para os perigos de um regime autoritário em gestação no Brasil.
O deputado começou sua intervenção destacando o caso do jornalista português Sérgio Tavares, que foi detido ao entrar no Brasil para cobrir uma manifestação pacífica. Para Pollon, esse incidente é apenas um dos sintomas de um processo mais amplo de erosão do estado de direito e consolidação de uma ditadura no país. Ele afirmou categoricamente: "Sim, nós estamos numa ditadura. Este é um regime ditatorial, este é um regime de exceção".
Pollon rejeitou as narrativas que negam a existência de uma ditadura no Brasil, apontando para a falta de liberdade de expressão e de manifestação como evidências claras desse cenário. Ele também destacou o que descreveu como um "conluio" entre o PT e alguns membros do STF, acusando-os de ignorar os princípios democráticos e de usar a instituição como escudo para proteger interesses políticos.
O deputado criticou a postura da imprensa tradicional, apontando para uma suposta diferença na abordagem de atos de conservadores e da extrema-esquerda. Ele ironizou o que chamou de "duplipensar" da mídia, citando exemplos de como as notícias são veiculadas de maneira diferente dependendo da orientação política dos envolvidos.
Além disso, Pollon apresentou uma lista extensa de arbitrariedades supostamente cometidas por membros das cortes superiores, incluindo perseguições a jornalistas, confisco de patrimônio e prisões em massa sem respeito ao devido processo legal. Ele enfatizou que não há mais espaço para o devido processo legal e para a democracia no Brasil.
Ao mencionar o inquérito das fake news, o deputado expressou sua frustração por não conseguir acessar os autos do processo, e criticou a postura do ministro Alexandre de Moraes, a quem acusou de agir como acusador, investigador, julgador e executor da pena sem direito a revisão.
Pollon também falou sobre a perseguição e censura aberta aos parlamentares, que têm imunidade por suas falas. Ele alertou para os riscos de bloqueio de patrimônio e busca e apreensão pela Polícia Federal devido ao discurso político.
Diante dessas preocupações, o discurso do deputado Marcos Pollon ressoa como um alerta sobre os perigos que o Brasil enfrenta em relação ao respeito ao estado de direito e às liberdades democráticas. A discussão sobre a independência do Judiciário e a separação de poderes ganha cada vez mais relevância em um contexto de crescente polarização política e institucional no país.