Em uma entrevista exclusiva à CNN Brasil na tarde de segunda-feira (15), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou veementemente que o estado não tolerará invasões de terra. As declarações surgem em meio à crescente agitação provocada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em todo o país.
"Não vamos permitir invasões em SP", declarou Tarcísio, enfatizando a posição firme do governo estadual. Segundo informações divulgadas, duas cidades paulistas, Agudos e Campinas, foram alvo de invasões, mas já foram desmobilizadas pelas autoridades.
"Temos sido rápidos nestas desmobilizações", destacou o governador, ressaltando a eficiência das ações do governo paulista em conter tais movimentos.
Essas invasões fazem parte de uma série de manifestações conhecidas como Abril Vermelho, organizadas pelo MST em várias regiões do Brasil. De acordo com dados divulgados pelo movimento à CNN, até o momento foram contabilizadas 21 invasões de terra em 10 estados brasileiros, incluindo Sergipe, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Bahia, Pará, Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal, Goiás e Rio de Janeiro.
Além das invasões de terra, o MST também está promovendo outras ações, como ocupações em órgãos governamentais, marchas e acampamentos, em um esforço para reivindicar uma reforma agrária mais ampla e efetiva.
Essas ações coincidem com o lançamento de um programa de reforma agrária pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil. O movimento divulgou uma carta justificando suas ações, destacando a situação de mais de 105 mil famílias acampadas e exigindo a aplicação do artigo 184 da Constituição Federal, que prevê a desapropriação de terras improdutivas e o acesso democrático à terra para fins de produção agrícola.
Entre as atividades programadas pelo MST estão ocupações em órgãos como o Incra em Santa Catarina, uma marcha na Bahia de Feira de Santana até Salvador, uma sessão solene em homenagem aos 40 anos do movimento na Assembleia Legislativa de São Paulo, e um acampamento na Curva do S, local do massacre de Eldorado do Carajás, no Pará.
A jornada de lutas promovida pelo MST busca chamar a atenção para a questão da reforma agrária e pressionar o governo a adotar medidas concretas para resolver os problemas enfrentados pelos trabalhadores rurais sem terra no Brasil.
Diante desses acontecimentos, o governo de São Paulo reafirma seu compromisso com a ordem pública e o respeito à propriedade privada, ao mesmo tempo em que reconhece a importância do diálogo e do entendimento mútuo na busca por soluções para os desafios sociais enfrentados pelo país.