O senador Eduardo Girão (Novo-CE) trouxe à tona uma série de preocupações que considera ameaças à democracia brasileira, destacando uma suposta influência do Judiciário nas eleições e declarações controversas atribuídas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Girão defende que o Senado dê continuidade ao processo de impeachment de Moraes para evitar um cenário de autoritarismo.
Em suas declarações, Girão fez referência a uma suposta fala de Moraes durante uma reunião com a bancada governista na Câmara dos Deputados, na qual o ministro teria expressado preocupação com o avanço conservador do Senado nas eleições de 2026 e mencionado um possível presidente da Casa em 2027. O senador considerou essas declarações uma "escalada autoritária" e questionou se isso seria democracia.
Girão também criticou a atuação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2022, alegando que o órgão se comportou como um "verdadeiro partido político" ao proibir a divulgação de posicionamentos sobre questões como aborto e amizades com ditadores. Ele alertou para os possíveis desdobramentos negativos dessas ações para as eleições futuras e enfatizou a importância de restaurar o Estado democrático de direito.
O senador argumentou que o STF vem desrespeitando sistematicamente a Constituição brasileira e que cabe ao Senado Federal, como guardião das prerrogativas democráticas, abrir o processo de impeachment de um ministro do Supremo para preservar a democracia. Girão ressaltou a relevância histórica dessa decisão, especialmente considerando os 200 anos do Senado Federal.
Além das preocupações com o STF e o TSE, Girão destacou movimentações nos bastidores de Brasília relacionadas à possível reversão da inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro. Com mudanças iminentes na liderança do TSE, incluindo a ministra Cármen Lúcia assumindo a presidência da corte, Girão vê uma oportunidade de questionar a legitimidade dos julgamentos que condenaram Bolsonaro à inelegibilidade.
O senador apontou para esforços no Congresso para elaborar um projeto de lei que poderia anular esses julgamentos do TSE e restituir os direitos políticos de Bolsonaro. Essas iniciativas, segundo Girão, estão sendo conduzidas nos bastidores para serem implementadas no momento oportuno.
As declarações de Girão refletem um ambiente político tenso e cheio de incertezas, com diferentes atores buscando influenciar os rumos do país. O debate sobre o papel do Judiciário e as garantias democráticas continuará sendo tema central nas discussões políticas, com o senador Eduardo Girão desempenhando um papel ativo nesse cenário.