Na tarde de ontem, a Assembleia Legislativa de Goiás foi palco de um incidente que despertou debates acalorados sobre liberdade de expressão e direitos individuais. O influenciador político Pedro Pôncio foi detido pela Polícia Legislativa após uma denúncia do gabinete do deputado estadual Antônio Gomide (PT).
O motivo da detenção foi a presença de Pôncio nas dependências da Assembleia, onde ele questionava a omissão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua pré-campanha política. O influenciador sugeriu uma tentativa de desassociar a imagem de Lula do radicalismo de esquerda, o que teria incomodado o deputado Antônio Gomide.
Em relato ao Pleno.News, Pôncio descreveu a abordagem da Polícia Legislativa como intimidatória e vexatória. Ele afirmou que, enquanto gravava um vídeo na parte externa da Casa Legislativa, foi abordado pelos policiais, que o conduziram para prestar esclarecimentos.
"Gravamos o vídeo, fomos embora. Quando estávamos ali na frente, gravando mais um vídeo, fomos abordados pela Polícia Legislativa, em tom de intimidação. É assim que eu me senti naquele momento. Fomos coagidos, acusados, e não souberam explicar qual é o crime que cometemos. Estávamos ali apenas gravando um vídeo. Me senti intimidado, sim. Achei que estavam tentando roubar, pegar o meu celular, e impedir que eu fizesse o registro através de uma live", relatou o influenciador.
Apesar de não ter sido formalizada nenhuma acusação de crime contra Pedro Pôncio, a exposição vexatória causou grande constrangimento e feriu preceitos constitucionais sobre as liberdades individuais do cidadão.
O advogado de Pôncio, Vítor Gonçalves, interveio para garantir um desfecho pacífico e harmonioso em conformidade com as leis. Ele destacou que não foi imputado ao influenciador nenhum crime ou ilícito dentro da Assembleia Legislativa.
"A abordagem foi lá fora, a gente acompanhou, e foi feita a oitiva do nosso amigo aqui. Mas graças a Deus deu tudo certo, não foi imputado a ele nenhum cometimento de crime, nem sequer uma contravenção penal, ou qualquer ilícito dentro da Assembleia Legislativa. Então ele foi liberado, e está aqui gravando, autorizado dentro da lei, da Constituição, aquilo que garante a ele, e exercendo seu direito de cidadania", afirmou Gonçalves.
Pedro Pôncio é ex-integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e autor do livro "A Face Oculta do MST: Como Sobrevivi aos Campos de Doutrinação", no qual denuncia práticas ilícitas dentro do movimento.
O incidente na Assembleia Legislativa de Goiás reacendeu o debate sobre liberdade de expressão e o direito dos cidadãos de se manifestarem livremente sobre questões políticas. A detenção de Pedro Pôncio levanta preocupações sobre possíveis abusos de poder e restrições às liberdades individuais em ambientes públicos.