Globo ‘economiza’ com câmeras e exige que repórter grave matéria com celular

Na noite desta quinta-feira (23), a entrada ao vivo de um jornalista da TV Tem, afiliada da Globo, virou o centro das atenções, despertando discussões acaloradas sobre os rumos do jornalismo televisivo. Adriano Baracho, repórter experiente da emissora, teve que desempenhar um papel inusitado durante sua reportagem, assumindo não apenas a função de repórter, mas também a de cinegrafista. Enquanto alguns elogiaram sua habilidade em lidar com múltiplas tarefas, outros criticaram veementemente a prática, destacando-a como uma forma de precarização do jornalismo.


A crescente tendência de repórteres assumindo também as funções de cinegrafistas tem sido tema de debates acalorados nos bastidores da mídia. Embora alguns defendam a prática como uma adaptação necessária às demandas contemporâneas, outros a veem como um sintoma alarmante da precarização das condições de trabalho no setor.


Adriano Baracho, conhecido por seu profissionalismo e habilidades no campo jornalístico, se viu diante desse desafio durante sua entrada ao vivo. Armado com um tripé, um celular e um microfone, ele precisou capturar as imagens que complementariam sua reportagem, ao mesmo tempo em que conduzia a entrevista e narrava os acontecimentos em tempo real.


A decisão de atribuir múltiplas responsabilidades a um único profissional não é nova na indústria da comunicação, mas tem se tornado cada vez mais comum em um contexto de cortes de custos e mudanças nas dinâmicas de trabalho. No entanto, muitos dentro e fora da profissão expressaram preocupações sobre os impactos negativos dessa prática, tanto para a qualidade do jornalismo quanto para o bem-estar dos profissionais envolvidos.


Nas redes sociais, onde a discussão rapidamente se espalhou, internautas expressaram uma variedade de opiniões sobre o assunto. Alguns elogiaram a habilidade de Adriano Baracho em lidar com a situação, destacando sua versatilidade e comprometimento com o trabalho. Outros, no entanto, criticaram a emissora por sobrecarregar seus funcionários e comprometer a qualidade das produções jornalísticas.


Um usuário do antigo Twitter, conhecido como X, expressou sua preocupação com o que ele descreveu como a "precarização do jornalismo". Segundo ele, no passado, várias funções, como cinegrafista, iluminador, técnico de som, repórter e motorista, eram desempenhadas por profissionais especializados, garantindo uma produção de alta qualidade. No entanto, hoje em dia, é comum ver um único repórter assumindo todas essas responsabilidades, muitas vezes sem os recursos ou o suporte adequado.


Enquanto isso, a TV Tem ainda não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, deixando muitos espectadores e profissionais da mídia ansiosos por uma resposta. A questão da precarização do jornalismo e das condições de trabalho dos profissionais da mídia continua sendo um tema importante e urgente, que exige uma reflexão cuidadosa por parte de todos os envolvidos.


À medida que a indústria da comunicação continua a evoluir e se adaptar às mudanças tecnológicas e econômicas, é fundamental garantir que os princípios fundamentais do jornalismo, como a busca pela verdade, a imparcialidade e a qualidade, não sejam comprometidos. Enquanto isso, profissionais como Adriano Baracho continuam a desempenhar um papel crucial na cobertura dos acontecimentos e na prestação de informações precisas e relevantes ao público.
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