A matéria, assinada pelas jornalistas Carolina Brígido e Carla Araújo, provocou a ira do magistrado, que a acusou de ser “mentirosa” e de conter “fatos e versões” inventados. Moraes foi incisivo em suas críticas, destacando que, sob o suposto manto do sigilo de fonte, a jornalista teria fabricado informações.
O ministro também não poupou críticas a outro texto publicado no mesmo veículo, desta vez de autoria de Wálter Maierovictch, que descreveu os ministros do TSE que foram fontes da matéria como agindo de forma “fofoqueira” e antiética. Moraes lamentou o fato de um jurista renomado como Maierovictch ter repercutido a matéria em sua coluna sem verificar a veracidade das informações, construindo assim um artigo baseado em dados falsos.
Em um comunicado contundente, Moraes ressaltou a importância de uma imprensa responsável e consciente, enfatizando que a disseminação de fake news e notícias fraudulentas não se limita às redes sociais, mas também afeta veículos de comunicação tradicionais. Ele destacou que a democracia depende de uma imprensa forte e ética, e que todos os profissionais da imprensa devem exercer sua responsabilidade diariamente.
Apesar da reação vigorosa do ministro, o UOL reiterou a veracidade do conteúdo da reportagem, indicando um embate entre a instituição judiciária e a liberdade de imprensa. O confronto entre Moraes e a velha mídia evidencia tensões crescentes entre os poderes estabelecidos e os órgãos de comunicação.
A postura de Moraes, muitas vezes considerado um defensor da democracia e do Estado de Direito, levanta questões sobre os limites da liberdade de expressão e o papel da imprensa na sociedade contemporânea. A dura nota enviada pelo ministro ao UOL parece servir como um aviso claro aos meios de comunicação, indicando que a liberdade de imprensa não é absoluta e que publicações que desagradem certos interesses podem enfrentar consequências.
Em um momento em que o debate sobre a liberdade de expressão e a responsabilidade da imprensa ganha cada vez mais destaque, o atrito entre Moraes e o UOL lança luz sobre as complexidades e os desafios enfrentados pela mídia e pelo judiciário em uma sociedade democrática. Resta agora observar como essa controvérsia será resolvida e quais serão suas implicações para o futuro da liberdade de imprensa no Brasil.