A denúncia foi apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, em abril, alegando que Zambelli teria sido a autora intelectual da invasão, buscando os serviços de Delgatti para executar o crime, que incluía a emissão de um mandado falso de prisão contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Esta versão foi corroborada pelo próprio hacker.
Os acusados enfrentarão acusações de falsidade ideológica e invasão a dispositivo informático, crimes graves que podem acarretar severas penalidades caso sejam considerados culpados.
Uma peculiaridade desse caso é que o julgamento será conduzido pelo próprio Alexandre de Moraes, algo que levantou questionamentos sobre a imparcialidade do processo. No entanto, o colegiado da Primeira Turma reconheceu a competência de Moraes para atuar como relator do caso, argumentando que o crime foi direcionado ao Poder Judiciário como um todo e não especificamente ao ministro, o que o habilita para conduzir o processo.
Durante a sessão, Moraes não deixou passar a ironia do fato de um mandado falso ter sido emitido em seu próprio nome. "Eu chamaria de burrice, achando que isso não fosse ser descoberto", comentou o ministro. A decisão pela abertura da ação penal foi unânime, contando com os votos dos ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Luiz Fux.
Em resposta à decisão do STF, o advogado Daniel Bialski, representante da deputada Carla Zambelli, reiterou a confiança na inocência de sua cliente e afirmou que isso será demonstrado ao longo do processo. "A defesa da deputada Carla Zambelli, apesar do recebimento da denúncia, novamente solicitará acesso a todas as mídias para poder examinar amplamente esse material e submetê-lo à perícia privada necessária para elaborar sua defesa escrita", declarou o advogado.
Com a confirmação da abertura do processo, o caso ganha ainda mais destaque na esfera política e jurídica do país, evidenciando a complexidade das relações entre poderes e a necessidade de uma investigação rigorosa para garantir a justiça e a integridade do sistema democrático brasileiro.