Após PF apontar nova joia nos EUA, Bolsonaro quebra silêncio e se pronuncia


Após a Polícia Federal (PF) apontar uma nova joia supostamente negociada por emissários do ex-presidente nos Estados Unidos, Jair Bolsonaro quebrou o silêncio. À coluna de Paulo Cappelli/Metrópoles, ele afirmou “desconhecer” o referido item, que se tornou alvo de investigação após depoimentos coletados em solo norte-americano. O ex-presidente antecipou um argumento que sua defesa utilizará na esfera judicial.


Segundo a coluna, Bolsonaro declarou: “Desconheço essa nova joia. Não sei nem o que é [o objeto]. Se teve algo nesse sentido [negociação], sequer chegou ao meu conhecimento. Sobre essa questão de presentes recebidos, havia muitas pessoas. Algumas informações me chegavam muito depois. E, por vezes, nem chegavam até mim.” Ele também criticou a atual diretoria da Polícia Federal, acusando-a de tentar fabricar escândalos.


“Agora, o que a atual diretoria da Polícia Federal está fazendo para tentar fabricar ‘escândalo’ nas minhas costas tá de brincadeira. Disseram que tinham encontrado um cavalo de ouro que valia milhões. Manchete em todos os jornais. Aí, depois, descobriram que o cavalo era de cobre e não valia nada. Para me atingir, usam a estrutura da PF para investigar até baleia”, continuou Bolsonaro.


Bolsonaro criticou a atuação da Polícia Federal, especialmente o delegado Rodrigo Morais Fernandes, que esteve à frente do caso da facada e agora comanda a diretoria de Inteligência. Ele alegou que a PF parou de investigar crimes relevantes para perseguir implacavelmente sua figura política.


“Se a Polícia Federal tivesse empenhado 10% desse esforço no caso Adélio, teria descoberto o mandante, quem queria a minha morte. Teve uma pessoa que tentou entrar na Câmara com o nome do Adélio, para forjar um álibi. Adélio foi ao clube de tiro que Carlos Bolsonaro frequentava em Santa Catarina. Quem passou essa informação a ele?”, pontuou o ex-presidente.


“Momentos antes da facada, ele tentou se aproximar do Carlos, em Juiz de Fora, possivelmente com a intenção de matá-lo. Adélio teve advogados que atuaram gratuitamente no caso da facada. São advogados samaritanos?”, disse, argumentando haver elementos para o aprofundamento das diligências.


“Querem dar um golpe mortal na direita”.


Sobre o inquérito envolvendo presentes recebidos durante seu mandato, Bolsonaro citou uma lei de 1991 que considera joias itens personalíssimos do presidente. No entanto, a Lei nº 8.394/91 versa sobre “acervo documental” e não especificamente sobre presentes. Um decreto de 2002, assinado por Fernando Henrique Cardoso, incluiu o termo “presentes” nesse contexto.


Esta é uma situação delicada que coloca o ex-presidente novamente no centro das atenções. Enquanto Bolsonaro nega qualquer envolvimento com a suposta joia, a Polícia Federal continua suas investigações para esclarecer os fatos e determinar se houve algum crime ou irregularidade cometida. A controvérsia em torno deste episódio certamente continuará a gerar debates e polêmicas nos círculos políticos e na opinião pública.
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