O ex-presidente Jair Bolsonaro participou de maneira virtual do Congresso Conservador Brasileiro, realizado nos Estados Unidos, onde discursou veementemente sobre o crescente cerceamento das liberdades individuais e políticas no Brasil. Em sua fala, transmitida aos participantes do evento, Bolsonaro criticou duramente as medidas tomadas pelo governo brasileiro e alertou para os perigos que o país enfrenta sob o que ele descreveu como um viés socialista crescente.
Durante o congresso, Bolsonaro focou em exemplos recentes de supostas perseguições políticas e censura, citando o caso do treinador da seleção brasileira de basquete que foi demitido após manifestar uma opinião considerada controversa pela esquerda. "Quem não está de acordo com a pauta da esquerda, com o politicamente correto e com aquilo que o sistema deseja aqui no Brasil tem a sua vida bastante prejudicada", afirmou o ex-presidente, ecoando críticas frequentes ao que ele percebe como uma hegemonia ideológica dominante.
Bolsonaro também comparou a situação política dos Estados Unidos com a do Brasil, sugerindo que o conservadorismo enfrenta menos obstáculos no país norte-americano. Ele expressou otimismo quanto à possível reeleição de Donald Trump, alegando que isso poderia fortalecer a posição dos conservadores não apenas nos EUA, mas também globalmente. "Estamos caindo, mais devagar, mas estamos caindo ainda, porque essa base eleitoral municipal que se prepara no momento aqui será a base para 26", destacou Bolsonaro, referindo-se às eleições municipais no Brasil.
Além das críticas políticas, Bolsonaro não poupou palavras ao discutir as medidas judiciais que, segundo ele, visam restringir a liberdade de expressão no país. Ele mencionou especificamente um inquérito no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que resultou no confisco de renda de veículos de mídia conservadores, como a Folha Política. Segundo Bolsonaro, tais ações são injustificáveis e representam uma tentativa de silenciar vozes dissidentes.
"O Brasil tem hoje presos políticos, tribunais de exceção e jornais, parlamentares e influenciadores censurados", denunciou Bolsonaro, destacando a gravidade das medidas judiciais recentes que afetaram diretamente a liberdade de imprensa e expressão no país. Ele criticou diretamente ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin, acusando-os de atuar para reprimir vozes conservadoras e políticas de direita.
A intervenção do ex-presidente brasileiro no congresso conservador também incluiu um apelo direto aos cidadãos brasileiros e à comunidade internacional para que continuem lutando pela liberdade e pela democracia. "Sem liberdade, não temos democracia. É aquilo que nós não queremos para nosso povo", enfatizou Bolsonaro, reforçando a importância de resistir a qualquer forma de autoritarismo ou censura.
Ao abordar suas próprias restrições legais para uma eventual candidatura futura, Bolsonaro reafirmou sua convicção de que as eleições tanto nos Estados Unidos quanto na Europa poderiam servir como catalisadores para mudanças significativas também no Brasil. "Estamos fazendo o possível para recuperar, mas sabemos por onde passa essa possibilidade", comentou, referindo-se aos desafios legais que enfrenta.
O discurso de Bolsonaro no Congresso Conservador Brasileiro reflete não apenas suas preocupações com o estado atual da democracia no Brasil, mas também suas esperanças e estratégias para um futuro político diferente. Enquanto o debate sobre a liberdade de expressão e a censura continua a moldar o cenário político no Brasil, figuras como Bolsonaro seguem desempenhando um papel central na defesa de valores conservadores e na luta contra o que percebem como excessos autoritários por parte das instituições judiciais e governamentais.