Na manhã desta segunda-feira, 17 de junho de 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva causou rebuliço nas redes sociais ao manifestar seu apoio público à influenciadora digital Denise Tremura. O gesto ocorreu após Tremura admitir sua participação em um esquema de disseminação de fake news durante as eleições presidenciais de 2022, especificamente direcionado contra o então presidente Jair Bolsonaro.
Denise Tremura, conhecida por suas campanhas de marketing digital e por seu envolvimento em estratégias de ampliação de seguidores no Twitter, surpreendeu a todos ao revelar sua mudança ideológica e posicionamento político. Em seu pronunciamento nas redes sociais, a influenciadora confessou ter anteriormente apoiado a direita e criticado os governos petistas de Lula e Dilma Rousseff. No entanto, segundo suas palavras, uma reflexão pessoal a levou a repudiar o que chamou de "ódio doentio" cultivado pela direita, abraçando assim o progressismo e, consequentemente, a causa petista.
A reação de Lula veio como um gesto de apoio inesperado, especialmente considerando o histórico de Tremura como crítica dos governos petistas. Em sua postagem, Lula citou o post de Tremura onde ela expôs sua trajetória de conversão política, destacando-a como uma prova de que "é possível mudar e evoluir para o bem do país". O ex-presidente também aproveitou para criticar os apoiadores de Bolsonaro, classificando-os como "perdedores e invejosos" que espalham ódio e notícias falsas para desestabilizar seus adversários políticos.
Denise Tremura não é estranha aos holofotes midiáticos. Antes de seu envolvimento com o coletivo Militância Raiz, ela foi colunista do UOL e ganhou popularidade no Twitter por suas campanhas de "segue de volta", estratégia que se revelou eficaz em ganhar seguidores e ampliar sua influência digital. Durante as eleições de 2022, Tremura foi uma das principais figuras por trás da criação de hashtags contra Bolsonaro, algumas delas extremamente controversas e acusatórias.
O Militância Raiz, grupo do qual Denise faz parte, se autodenomina como uma força para a mudança progressista no Brasil, organizando-se especialmente através das redes sociais para influenciar o debate público e mobilizar eleitores. A influenciadora admitiu durante uma transmissão ao vivo no Twitter que o deputado André Janones, do Avante-MG, liderava um esquema de disseminação de notícias falsas pró-Lula. Essa revelação gerou indignação imediata por parte de opositores políticos, incluindo o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que pediu uma investigação rigorosa sobre as acusações.
O pedido de investigação protocolado por Ferreira visa esclarecer até que ponto figuras políticas influenciaram diretamente a disseminação de informações falsas durante o período eleitoral de 2022. Essa iniciativa visa não apenas desmascarar práticas desleais, mas também fortalecer a transparência e a integridade do processo democrático no Brasil.
As repercussões do apoio de Lula a Denise Tremura não se limitaram às esferas políticas e midiáticas. Nas redes sociais, o assunto se tornou um dos mais comentados, com apoiadores e críticos se manifestando de maneira intensa. Enquanto alguns enxergam o gesto como uma prova de abertura ao diálogo e à evolução política, outros o interpretam como uma validação problemática de práticas questionáveis no ambiente digital.
A Procuradoria-Geral da República está agora encarregada de analisar os pedidos de investigação, o que promete ser um processo complexo dada a natureza dos crimes eleitorais e a influência das redes sociais na opinião pública. A pressão pública para uma resposta eficaz e transparente é alta, refletindo o interesse generalizado por uma política mais limpa e ética.
Enquanto isso, Denise Tremura permanece no centro de uma tempestade midiática, enfrentando críticas e elogios de diversos setores da sociedade. Sua trajetória de conversão política, do antipetismo à defesa aberta do progressismo, ilustra as complexidades e contradições do cenário político brasileiro contemporâneo.