O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues, anunciou em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira que, na próxima semana, será encaminhada à Argentina uma lista contendo os pedidos de extradição de indivíduos envolvidos nos atos ocorridos em 8 de Janeiro, que buscaram refúgio no país vizinho.
“Vamos listar todos os condenados que possivelmente estejam na Argentina e encaminhar os pedidos de extradição, tudo em articulação com o Ministério de Relações Exteriores e Supremo Tribunal Federal”, afirmou Passos, destacando a importância da cooperação entre as instituições brasileiras para a efetivação desses pedidos.
A equipe da PF está em processo de finalização da lista dos fugitivos para a Argentina, e solicitará, em articulação policial, que os nomes dos foragidos sejam incluídos na “rede Anfast de capturas da Ameripol”, a comunidade de polícias das Américas. Passos explicou que os pedidos serão encaminhados na próxima semana devido à necessidade de seguir os trâmites legais, garantindo que todas as medidas estejam em conformidade com a legislação brasileira e internacional.
De acordo com informações preliminares, uma lista inicial indica que 65 pessoas envolvidas nos atos de 8 de Janeiro se refugiaram ilegalmente na Argentina. O ministro do STF, Alexandre de Moraes, ordenou recentemente a prisão de 208 pessoas envolvidas nos atos, demonstrando um esforço contínuo para garantir a responsabilização dos envolvidos.
Entretanto, surge um grande obstáculo para Moraes, a Polícia Federal e demais autoridades brasileiras: Javier Milei, presidente da Argentina. Milei detém um poder decisivo nesse processo, podendo escolher entre compactuar com a perseguição política que se instaurou no Brasil ou ajudar na luta contra a censura e as prisões arbitrárias ordenadas por Alexandre de Moraes.
O embate entre Brasil e Argentina parece iminente, com interesses políticos e legais em jogo. Javier Milei, conhecido por sua proximidade com o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, está ciente do plano de prisão contra Bolsonaro e tem se posicionado contra as ações que considera uma grave violação dos direitos fundamentais. A recente manifestação na avenida Paulista e o ato em Copacabana demonstraram a força do apoio popular a Bolsonaro e a indignação contra as medidas de Moraes.
A decisão de Milei será crucial não apenas para os indivíduos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, mas também para o futuro das relações diplomáticas entre Brasil e Argentina. Enquanto isso, a Polícia Federal continua seu trabalho meticuloso na preparação dos pedidos de extradição, aguardando ansiosamente o desfecho desse complexo cenário político e jurídico que se desenrola entre os dois países.