Nos corredores do poder em Brasília, a recente disputa pela Presidência da Câmara dos Deputados trouxe à tona lembranças do destino de Rodrigo Maia, cuja trajetória política foi marcada por reviravoltas após deixar a liderança de uma das cadeiras mais importantes da República. Aliados de Arthur Lira, atual presidente da Câmara, apontam uma série de erros cometidos por Maia como fatores determinantes para seu declínio político.
Uma das críticas recorrentes de pessoas próximas a Arthur Lira é o anúncio tardio do apoio de Maia ao seu sucessor, ocorrido apenas um mês antes da disputa pela Presidência da Câmara, no fim de dezembro. Na época, Maia justificou a demora aguardando uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para concorrer novamente, lançando a candidatura de Baleia Rossi somente após a negativa do STF.
Em contrapartida, Arthur Lira adotou uma estratégia oposta, anunciando já em agosto o nome do deputado que terá seu apoio na eleição para o comando da Câmara em fevereiro de 2025. Essa antecipação visa fornecer clareza aos congressistas antes de retornarem às suas bases, onde se concentrarão na eleição municipal deste ano. A ideia por trás dessa estratégia é evitar os erros cometidos por Maia, consolidando o candidato, ampliando alianças e resolvendo insatisfações de deputados que esperavam ser escolhidos.
Atualmente, os principais candidatos à sucessão na Presidência da Câmara são Elmar Nascimento, Marcos Pereira e Antônio Brito. No entanto, aliados fiéis de Arthur Lira, como Hugo Motta e Doutor Luizinho, também estão na lista de possíveis candidatos. O objetivo de Lira é eleger um sucessor próximo para manter sua influência e poder na Câmara, preparando-se para sua própria candidatura ao Senado em 2026, enquanto trabalha para eleger um de seus filhos para a Câmara dos Deputados.
O declínio de Rodrigo Maia, que durante sua presidência na Câmara era visto como um potencial candidato à Presidência da República em 2022, é frequentemente citado em discussões sobre o futuro de Arthur Lira. Após deixar a liderança da Câmara, Maia viu-se reduzido a um deputado comum, rompeu com seu partido (DEM), assumiu uma secretaria no governo de São Paulo e acabou sem disputar a eleição de 2022, ficando sem mandato. Atualmente, ele ocupa o cargo de presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras.
A estratégia antecipada de Arthur Lira pode ser decisiva para determinar seu sucesso ou fracasso político nos próximos anos. Ao aprender com os erros do passado e antecipar movimentos-chave, Lira busca consolidar sua posição como uma das figuras políticas mais influentes do país, enquanto outros observam atentamente se o destino de Maia será compartilhado por aqueles que seguirem seus passos.