URGENTE: PF aponta que aliados de Janones mentiram em depoimentos sobre rachadinha


A Polícia Federal (PF) revelou um desdobramento crucial nas investigações envolvendo o deputado federal André Janones e seus assessores, destacando que vários deles prestaram depoimentos falsos para encobrir a prática de rachadinha em seu gabinete parlamentar. O caso, que veio à tona após meses de investigação intensiva, expõe um intricado esquema de desvio de recursos públicos que teria financiado não apenas a política local, mas também gerado contradições gritantes nos testemunhos fornecidos aos investigadores.


De acordo com informações detalhadas em um relatório emitido pela Coordenação de Inquéritos dos Tribunais Superiores da PF, os depoentes associados a Janones apresentaram inconsistências significativas em suas declarações. Alisson Camargos, ex-assessor e aspirante a vereador em Ituiutaba (MG), foi um dos focos principais das investigações. O relatório da PF apontou que Alisson realizava saques mensais exatamente no valor que, segundo a investigação, ele devolvia ao deputado Janones, caracterizando o modus operandi da rachadinha.


Em seu depoimento, Alisson tentou justificar os saques em espécie alegando preferência pessoal por dinheiro físico e necessidades de pagamento de despesas cotidianas, como contas de água e aluguel. No entanto, os investigadores descobriram que ele não possuía documentação formal do contrato de locação do imóvel onde residia, levantando mais suspeitas sobre a veracidade de suas alegações.


Outros aliados próximos de Janones, como Kamila Carvalho e Jéssica de Souza, também foram apontados pelo relatório da PF por terem fornecido informações contraditórias. Kamila afirmou ter aconselhado o deputado a desistir da cobrança dos salários devolvidos, enquanto Jéssica negou ter discutido o assunto novamente após uma reunião cujo áudio vazado reforça a prática da rachadinha. Ambas foram consideradas pela PF como não verídicas em seus depoimentos, o que intensifica as investigações contra o parlamentar e seus assessores.


Além das contradições nos depoimentos, os investigadores também destacaram o papel crucial das gravações de áudio que revelaram diálogos comprometedores entre os assessores de Janones. Em um dos áudios analisados pela PF, Alisson Camargos admite ter mentido sobre a devolução dos valores para evitar pedidos de empréstimos de um colega assessor, o que contradiz diretamente sua versão inicial sobre as movimentações financeiras.


Mario Celestino Junior, outro assessor de Janones, também foi mencionado no relatório da PF por ter dado informações divergentes sobre o destino do dinheiro devolvido pelo esquema de rachadinha. Enquanto Celestino afirmou que Janones pretendia usar os recursos para financiar campanhas eleitorais, evidências gravadas indicam que o deputado buscava reconstruir seu patrimônio pessoal, supostamente dilapidado.


O relatório da PF coloca em xeque a integridade dos depoimentos fornecidos pelos assessores de Janones, destacando que muitos deles ainda mantêm vínculos estreitos com o parlamentar, o que pode influenciar nas declarações prestadas durante as investigações. A descoberta das contradições e das falsidades nos depoimentos reforça a necessidade de uma investigação aprofundada para determinar a extensão do esquema de rachadinha e as responsabilidades individuais dentro do gabinete parlamentar.


Guilherme Boulos, que emitiu um parecer ajudando Janones a evitar um processo no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, viu-se agora em meio a um novo capítulo desse escândalo político. Enquanto isso, as repercussões do caso continuam a ecoar no cenário político nacional, alimentando debates sobre a transparência e a ética no exercício do poder legislativo.


A PF segue adiante com suas investigações, determinada a esclarecer todas as lacunas e contradições nos depoimentos dos envolvidos, colocando em destaque a importância da aplicação rigorosa da lei e da responsabilização dos responsáveis por práticas ilícitas dentro das instituições democráticas do país.
أحدث أقدم