Valdemar tenta tirar Marçal da corrida pela prefeitura de SP


No cenário político agitado que antecede as eleições municipais, o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, tem demonstrado esforços para influenciar as decisões estratégicas dentro de sua legenda. Segundo informações vazadas de uma reunião interna do partido, Valdemar Costa Neto teria tentado dissuadir o empresário Pablo Marçal, filiado ao Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), de lançar sua candidatura à Prefeitura de São Paulo, sugerindo-lhe uma rota alternativa: uma possível candidatura ao Senado em 2026.


O empresário, conhecido por sua breve incursão como pré-candidato à Presidência em 2022, desponta como uma figura de interesse dentro do espectro político paulistano. Sua crescente popularidade, que foi refletida em pesquisas de opinião recentes, indicando percentuais entre 7% e 9% de intenção de voto, tem gerado preocupações entre os aliados do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que busca a reeleição com o apoio estratégico do PL.


Durante a reunião, realizada no último sábado na Assembleia Legislativa de São Paulo, Valdemar Costa Neto teria exposto aos membros do partido o teor de sua conversa com Pablo Marçal. Segundo relatos, o presidente do PL destacou que a legenda já havia se comprometido com a candidatura de Ricardo Nunes e que, portanto, seria prematuro para Marçal lançar-se na disputa pela prefeitura neste momento.


A proposta alternativa apresentada por Valdemar Costa Neto sugere que Marçal considere uma candidatura ao Senado em 2026, aproveitando o apoio potencial do PL, que mantém laços estreitos com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Especula-se que uma das vagas ao Senado por São Paulo poderá ser disputada pelo PL, possivelmente com a participação do deputado federal Eduardo Bolsonaro, uma figura influente dentro da legenda.


No entanto, as negociações internas dentro do PL não se limitam apenas à candidatura de Marçal. Outros nomes, como o do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que está em processo de migração para o partido, também estão em pauta. Tarcísio é visto como um potencial articulador político que poderia influenciar a indicação de Guilherme Derrite, atual secretário de Segurança do estado e deputado federal pelo PL, como candidato ao Senado.


A movimentação política não para por aí. O deputado federal Ricardo Salles, cuja pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo foi preterida em favor de Nunes, também mantém sua relevância na disputa interna. A presença de Salles, assim como de outros aliados do prefeito Ricardo Nunes, reflete a complexidade das alianças políticas que moldarão o cenário eleitoral paulistano nos próximos meses.


A estratégia de dissuadir Pablo Marçal de concorrer à prefeitura parece ter desencadeado uma série de reações entre os diversos atores políticos envolvidos. Marçal, por sua vez, não se mostrou totalmente convencido das intenções do PL em apoiar sua candidatura ao Senado em 2026, conforme mencionado por Valdemar Costa Neto. Na última terça-feira, o empresário visitou a Assembleia Legislativa e participou de uma reunião no gabinete da deputada estadual Dani Alonso, uma antiga aliada e amiga pessoal.


A presença de Marçal na Assembleia, mesmo após o cancelamento oficial da reunião que ele organizara anteriormente com deputados do PL, demonstra sua determinação em explorar todas as possibilidades políticas disponíveis. Acompanhado por deputados bolsonaristas e outras figuras da política local, como Leo Siqueira do Novo e Rafael Saraiva da União Brasil, Marçal parece estar consolidando seu apoio entre grupos que compartilham valores ideológicos próximos aos do ex-presidente Bolsonaro.


Enquanto isso, os aliados do prefeito Ricardo Nunes continuam a articular sua estratégia de reeleição, enfrentando desafios internos e externos. A pressão para que Nunes anuncie rapidamente seu candidato a vice-prefeito, sugerido por Bolsonaro, reflete as tensões dentro da aliança política que o sustenta.


Por outro lado, o governador Tarcísio de Freitas emergiu como uma figura central nas discussões sobre o futuro do PL em São Paulo. Sua influência e capacidade de atrair novos membros para o partido são vistos como um trunfo significativo para o fortalecimento da legenda no estado. A possível indicação de Guilherme Derrite como candidato ao Senado, sob o apoio de Tarcísio, poderia consolidar uma frente política robusta capaz de enfrentar os desafios eleitorais vindouros.


Enquanto o cenário político se desenvolve com intensidade, o papel do PL e de suas lideranças, como Valdemar Costa Neto, continua a ser crucial na definição dos rumos das eleições municipais e estaduais em São Paulo. A dinâmica entre os diversos interesses políticos, desde a influência bolsonarista até as alianças tradicionais, promete moldar uma campanha eleitoral complexa e estratégica, onde cada movimento pode fazer a diferença entre vitória e derrota.
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