Na Venezuela, a recente eleição presidencial gerou um novo debate sobre a integridade do sistema eleitoral do país. O atual ditador Nicolás Maduro defendeu vigorosamente o uso das urnas eletrônicas e o sistema de votação da Venezuela, mesmo diante das crescentes acusações de fraude por parte da oposição. Em um discurso inflamado para seus apoiadores, Maduro alegou que o sistema eleitoral venezuelano possui um "altíssimo nível de segurança", destacando que foram realizadas 16 auditorias para garantir a transparência do processo eleitoral.
"Nosso sistema eleitoral é um dos mais seguros do mundo. Tivemos 16 auditorias. Pergunto: em quais países há tanta auditoria assim?", afirmou Maduro. A declaração vem em meio a uma crescente onda de desconfiança sobre a legitimidade das eleições.
A disputa eleitoral recente culminou com o anúncio da vitória de Maduro pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão equivalente ao Tribunal Superior Eleitoral do Brasil. Segundo o CNE, Maduro obteve 51,2% dos votos, enquanto o principal adversário, o ex-diplomata Edmundo González, recebeu 44%. A participação dos eleitores foi registrada em aproximadamente 60%, uma taxa considerável, visto que o voto não é obrigatório na Venezuela.
No entanto, o processo eleitoral não transcorreu sem controvérsias. Após o fechamento das seções eleitorais, o CNE iniciou a contagem dos votos, mas enfrentou atrasos significativos na divulgação dos resultados. Esses atrasos foram atribuídos a um suposto "ataque de hacker" ao sistema de transmissão de dados do CNE, o que gerou uma série de especulações e incertezas sobre a integridade do processo eleitoral.
Maduro, em seu discurso, não poupou críticas aos opositores e às alegações de fraude. "Foi um ataque massivo ao sistema de transmissão do CNE, orquestrado por aqueles que não queriam que o resultado fosse publicado hoje", afirmou o ditador. Embora tenha feito essas afirmações, Maduro não apresentou evidências concretas para sustentar suas alegações e prometeu que a Procuradoria-Geral da República tomará as medidas necessárias para investigar e fazer justiça.
As alegações de fraude e o ataque ao sistema de transmissão geraram um ambiente de desconfiança e tensão tanto dentro quanto fora da Venezuela. A oposição, liderada por diversos grupos e líderes políticos, criticou duramente o processo eleitoral, afirmando que o resultado foi manipulado e que a eleição não refletiu a verdadeira vontade do povo venezuelano.
A oposição também questiona a credibilidade das urnas eletrônicas e do sistema de votação, apontando que as auditorias realizadas podem não ser suficientes para garantir a transparência necessária. Além disso, a alegação de um ataque de hacker ao sistema do CNE foi vista por muitos como uma tentativa de desviar a atenção das questões reais e de legitimar um resultado contestado.