No último dia 25 de julho de 2024, o prefeito de Farroupilha, Fabiano Feltrin, do PL, fez uma declaração que agitou o cenário político nacional ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro. O episódio, ocorrido em um evento no complexo turístico de Farroupilha, está gerando uma onda de reações nas redes sociais e no meio político.
Durante a visita de Bolsonaro à cidade, Feltrin participou de uma transmissão ao vivo que rapidamente se tornou viral. O momento controverso surgiu quando o deputado estadual Gustavo Victorino, do Republicanos, fez uma pergunta em tom de brincadeira sobre a possibilidade de erguer uma estátua em homenagem ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A resposta de Feltrin não foi apenas uma piada, mas uma sugestão que surpreendeu muitos: “A homenagem para ele eu vou mostrar aqui. É só botar aqui na guilhotina. Está aqui a homenagem para ele”, disse o prefeito, enquanto manuseava um objeto simbólico da guilhotina, historicamente associado à execução de prisioneiros.
O uso do termo “guilhotina” provocou uma reação imediata e intensa nas redes sociais. O vídeo da transmissão foi amplamente compartilhado em plataformas como Facebook, WhatsApp, Twitter, Messenger, Telegram e Gettr, gerando uma enxurrada de comentários e análises sobre a natureza e o impacto da declaração de Feltrin. A sugestão de utilizar a guilhotina, mesmo que de forma simbólica e em contexto humorístico, foi vista por muitos como uma incitação à violência e uma afronta ao Estado de Direito.
Feltrin, que se destacou por sua postura contundente e frequentemente polêmica, fez questão de demonstrar seu desprezo pelas instituições que critica, especialmente o STF. A declaração se alinha com um discurso mais amplo de descontentamento e oposição ao Judiciário, frequentemente manifestado por setores conservadores e apoiadores de Bolsonaro. A figura da guilhotina, uma referência a um instrumento histórico de execução, acrescentou um tom macabro à situação, tornando a provocação ainda mais impactante.
A reação dos políticos e das autoridades foi rápida e variada. Enquanto apoiadores de Feltrin e Bolsonaro minimizavam a declaração como uma simples provocação ou uma expressão exagerada de frustração, críticos e opositores interpretaram as palavras do prefeito como uma ameaça real e uma violação dos princípios democráticos. O senador Randolfe Rodrigues, por exemplo, condenou a atitude, afirmando que a declaração é uma tentativa de minar a legitimidade das instituições e desrespeitar o papel do Judiciário. “Não podemos tolerar ameaças disfarçadas de humor. É um ataque direto ao Estado de Direito”, afirmou Rodrigues.
Em contrapartida, o deputado estadual Gustavo Victorino tentou atenuar a situação, afirmando que a pergunta sobre a estátua foi feita em tom de brincadeira e que a resposta de Feltrin também deveria ser interpretada nesse contexto. Victorino ressaltou que o objetivo do evento era celebrar a presença de Bolsonaro e promover o turismo em Farroupilha, e não gerar polêmicas.
No entanto, a imagem do prefeito segurando um objeto relacionado à guilhotina e fazendo declarações provocativas sobre um dos ministros mais controversos do STF não ajudou a acalmar os ânimos. Especialistas em política e comunicação ressaltam que o episódio reflete uma crescente polarização no Brasil, onde retóricas extremas e provocações se tornam cada vez mais comuns.