No calor de um comício fervoroso no estado de Aragua, Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, lançou críticas contundentes ao sistema eleitoral brasileiro. Em um discurso acalorado transmitido ao vivo na terça-feira (23), Maduro acusou o Brasil de não realizar auditorias nos resultados das urnas eletrônicas, gerando um debate acalorado que reverberou além das fronteiras venezuelanas.
Maduro, conhecido por seu estilo direto e inflamado, não poupou palavras ao afirmar que "no Brasil, nem um único boletim de urna é auditado". Em contrapartida, ele exaltou o sistema eleitoral venezuelano como o "melhor do mundo", destacando que são realizadas 16 auditorias rigorosas e uma verificação em tempo real de mais da metade das urnas. "Em que outra parte do mundo se faz isso?", questionou ele aos seus apoiadores.
As críticas de Maduro não se limitaram ao Brasil. Ele também mencionou as práticas eleitorais dos Estados Unidos e da Colômbia, denunciando a falta de auditorias nos processos de apuração de votos desses países. Essas declarações, transmitidas ao vivo e amplamente compartilhadas nas redes sociais, provocaram reações imediatas tanto dentro quanto fora da Venezuela.
Em resposta às críticas de Maduro, o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista coletiva no Palácio do Alvorada, expressou sua preocupação com as declarações do líder venezuelano. Lula, que recentemente defendeu o processo democrático na Venezuela em meio às eleições iminentes, enfatizou a importância do respeito aos resultados eleitorais. "Quem perde as eleições toma um banho de voto. O Maduro tem que aprender: quando você ganha, você fica; quando você perde, você vai embora", declarou Lula, reforçando sua posição pró-democracia.
A troca de palavras entre Maduro e Lula não passou despercebida nas plataformas de mídia social, onde as opiniões se dividiram entre apoiadores e críticos de ambos os lados. Enquanto alguns concordavam com as críticas de Maduro ao sistema eleitoral brasileiro, outros enfatizavam a importância de respeitar as instituições democráticas e os procedimentos eleitorais estabelecidos.
Internacionalmente, a controvérsia gerada pelas declarações de Maduro destacou questões mais amplas sobre a transparência dos processos eleitorais em diferentes países. Especialistas em política comparada e democracia foram rápidos em oferecer análises sobre as práticas eleitorais tanto do Brasil quanto da Venezuela, destacando as complexidades e desafios enfrentados por cada nação em garantir eleições justas e confiáveis.
Enquanto isso, no Brasil, autoridades eleitorais e políticos de diversos espectros reagiram às críticas de Maduro com uma mistura de defesa do sistema eleitoral brasileiro e um chamado à reflexão sobre eventuais melhorias. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) emitiu um comunicado reafirmando a segurança e a transparência das urnas eletrônicas brasileiras, destacando que o sistema brasileiro inclui múltiplas camadas de auditoria e verificações de segurança.