O anúncio recente do governo federal sobre o Plano Safra 2024/2025, que destinou volumosos R$ 400 bilhões para o setor agrícola, trouxe consigo uma série de críticas e preocupações por parte das associações de produtores. Apesar do valor impressionante, representando um aumento de apenas 10% em relação ao plano anterior, líderes do agronegócio argumentam que as condições financeiras impostas tornam o plano pouco acessível e insuficiente para atender às necessidades reais do campo.
De acordo com análises feitas por entidades representativas do setor, como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Sociedade Rural Brasileira (SRB), o montante de R$ 400 bilhões não representa uma injeção direta de recursos na agricultura, como muitos poderiam presumir. Segundo o deputado federal Sergio Souza (MDB-PR), ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), os valores são disponibilizados na forma de empréstimos, o que implica que os produtores terão que devolver o dinheiro ao governo, acrescido de juros significativos.
"Muita gente fala assim: ‘R$ 400 bilhões!’ Parece que o governo está botando R$ 400 bilhões na agricultura, mas não é por aí! Esses recursos são empréstimos que o produtor faz, e depois tem que devolver com juros!", esclareceu Souza em entrevista à jornalista Berenice Leite, destacando a discrepância entre a percepção pública e a realidade financeira do Plano Safra.
As críticas ao Plano Safra se concentram principalmente na estrutura de financiamento proposta pelo governo. Segundo líderes do setor agrícola, os juros aplicados sobre os empréstimos são excessivamente altos, o que pode sobrecarregar os produtores, especialmente em um contexto de aumento nos custos de produção e incertezas econômicas globais.