Fantástico enfrenta pior crise em meio século e perde 1 milhão de telespectadores em poucos dias

 


O emblemático programa dominical "Fantástico", uma das âncoras da programação da Rede Globo há meio século, enfrenta atualmente a maior crise de sua história. Desde sua criação por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, o programa tem sido um pilar da televisão brasileira, apresentando uma mistura de jornalismo investigativo, entretenimento e cultura que cativou gerações. No entanto, dados recentes revelam um declínio alarmante em sua audiência, levantando questionamentos sobre seu futuro.


Segundo informações do Ibope, na última semana, o "Fantástico" perdeu impressionantes 730 mil telespectadores somente na região metropolitana de São Paulo. Esses números sugerem que a perda de audiência em nível nacional pode facilmente ultrapassar 1 milhão de pessoas, conforme reportado pelo UOL. Esta queda é parte de um padrão de declínio contínuo ao longo da última década, durante a qual o programa viu seu público reduzir em cerca de 40%.


Inicialmente concebido como uma revista eletrônica, o "Fantástico" foi um fenômeno de mídia que moldou o imaginário coletivo brasileiro. No seu auge, há dez anos, o programa era assistido por mais da metade dos aparelhos de TV ligados no país. Hoje, porém, de acordo com dados da Kantar Media, essa participação caiu para aproximadamente 33%, levando em consideração também o consumo via dispositivos móveis e computadores.


A crise enfrentada pelo "Fantástico" reflete não apenas mudanças nos hábitos de consumo de mídia, mas também desafios estruturais enfrentados pela própria Rede Globo. Em um cenário onde plataformas de streaming e redes sociais competem diretamente pela atenção do público, programas tradicionais de televisão como o "Fantástico" enfrentam uma concorrência feroz pela audiência e relevância cultural.


Poliana Abritta e Maju Coutinho, atuais apresentadoras do programa, têm sido figuras centrais na tentativa de revitalizar o interesse do público. No entanto, mesmo com suas credenciais jornalísticas e carisma, não têm conseguido reverter a tendência de queda na audiência. A perda de espectadores não se limita apenas aos domingos à noite; é um reflexo de uma transformação maior na paisagem midiática brasileira, onde a segmentação e a personalização estão se tornando cada vez mais valorizadas pelos consumidores.


Para entender melhor os motivos por trás dessa crise, é necessário considerar diversos fatores. Primeiramente, a saturação do formato tradicional de programas de televisão como o "Fantástico", que por décadas liderou como uma fonte única de informação e entretenimento para milhões de brasileiros. Com a proliferação de plataformas digitais, o público tem agora acesso a uma variedade sem precedentes de conteúdo sob demanda, que se adapta melhor aos seus horários e interesses específicos.


Além disso, a própria natureza do jornalismo televisivo tem evoluído. Enquanto o "Fantástico" manteve sua reputação por reportagens investigativas de alto impacto, a rapidez com que informações são disseminadas nas redes sociais e em outras plataformas online desafiou sua capacidade de ser o primeiro e o mais relevante na cobertura de notícias.

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