Em meio à intensa discussão sobre a reforma tributária no Brasil, um tema tem dominado as manchetes e gerado acalorados debates: o preço da carne. Desde a aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/2024, que regulamenta o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), parlamentares e especialistas têm se posicionado de maneiras distintas em relação aos impactos econômicos e sociais dessa medida.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) foi um dos que mais veementemente criticou a reforma, enfatizando que a mudança resultará em aumentos significativos nos preços dos alimentos básicos, como a carne. Em um artigo publicado recentemente no portal Gazeta do Povo, Ferreira lamentou o que chamou de "transformação da picanha em pé de galinha", uma referência irônica à declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a distinção entre cortes de carne consumidos por diferentes estratos sociais.
Lula, por sua vez, defendeu a reforma tributária como um esforço para equilibrar as finanças públicas e promover uma distribuição mais justa da carga tributária. Em uma entrevista ao UOL, o ex-presidente argumentou que a isenção de impostos sobre cortes populares como o frango é uma forma de proteger o poder de compra das camadas mais vulneráveis da sociedade brasileira.
Para Nikolas Ferreira, a aprovação da reforma tributária foi um golpe contra o bolso do brasileiro comum. Ele destacou que, ao invés de aliviar a carga tributária sobre itens essenciais, como a carne bovina e outros alimentos básicos, o governo optou por impor novos encargos fiscais que inevitavelmente se refletirão nos preços ao consumidor final. "Se hoje temos um governo que aumenta suas despesas e entrega as contas públicas no vermelho, não é de se esperar que a conta chegue no colo da população", declarou o parlamentar.