Novo projeto promete destruir tramoia de Lula para "taxar a carne"


 O senador Cleitinho (Republicanos-MG) anunciou nesta segunda-feira sua intenção de apresentar um projeto de lei que visa isentar carne bovina de impostos em todo o território nacional. A proposta, segundo o parlamentar, tem como objetivo principal cumprir uma promessa de campanha inspirada nas declarações do ex-presidente Lula, que enfatizou a importância de garantir o acesso dos brasileiros à alimentação, especialmente carnes como a picanha.


Em um discurso inflamado no plenário do Senado, Cleitinho defendeu que a isenção de impostos sobre a carne é uma medida crucial para promover a igualdade social e permitir que todos os brasileiros possam desfrutar de alimentos de qualidade. "Estou criando um projeto agora para que a carne bovina seja isenta de imposto, porque aí, população brasileira, como o Lula disse, vocês podem comer picanha, vão chegar no açougue e não vão pagar imposto na picanha, não. Não tem que ser só pé de galinha e frango, não, tem que ser todas as carnes", afirmou o senador.


Cleitinho destacou que sua proposta visa também corrigir uma suposta injustiça fiscal, onde produtos consumidos pela população em geral sofrem com altas cargas tributárias. "Se o presidente da República, um senador, ministros podem comer picanha, podem comer filé mignon, por que a população, que é o patrão que paga nosso salário, não pode também? Então tem que ser para todos", argumentou.


O senador enfatizou que a isenção de impostos não se limitaria à carne bovina, mas abrangeria todas as categorias de carne, buscando assim democratizar o acesso a alimentos que são considerados por muitos como de luxo.


A proposta de Cleitinho já está gerando intensos debates entre parlamentares, economistas e especialistas em políticas públicas. Enquanto alguns apoiam a iniciativa como um passo em direção à inclusão alimentar e à redução da desigualdade, outros levantam preocupações sobre os impactos financeiros e a viabilidade econômica de uma medida tão abrangente.


Especialistas em tributação alertam que a isenção de impostos sobre um produto tão consumido como a carne poderia representar uma perda significativa de receitas para os cofres públicos, afetando programas sociais e investimentos em outras áreas essenciais. Além disso, há quem questione se a medida realmente beneficiaria os mais necessitados ou se acabaria sendo mais um incentivo ao consumo desproporcional de proteínas animais.


A proposta de Cleitinho também foi vista por alguns analistas como uma estratégia para alinhar sua imagem política com setores populares e ampliar sua base de apoio, especialmente em um período pré-eleitoral. Críticos apontam que a medida poderia ser interpretada como populista e de curto prazo, sem considerar os impactos a longo prazo na sustentabilidade fiscal do país.


Durante o mesmo discurso, o senador Cleitinho aproveitou para criticar uma decisão judicial recente que determinou a obrigatoriedade da vacinação contra a COVID-19 para crianças, citando o caso de um casal em Santa Catarina que enfrenta multa por não cumprir a determinação. O parlamentar argumentou veementemente em favor da liberdade individual e do direito dos pais de decidirem sobre a saúde de seus filhos.


"É meu corpo, minhas regras, aborto pode, agora no caso aqui estão obrigando a ter que vacinar? Quer dizer, o aborto, você pode ir lá e fazer o aborto, não tem problema nenhum, mas na questão da vacina você está obrigando a ir lá vacinar. Como é que funciona isso? Direitos e deveres, não é? No caso, o Estado, o governo obrigando os pais a levarem as crianças para serem vacinadas e, se não vacinarem, serão multados em R$ 10 mil", criticou Cleitinho.


O projeto de lei proposto pelo senador Cleitinho ainda precisa passar por várias etapas legislativas antes de se tornar lei. A medida promete continuar gerando debates intensos nos próximos meses, envolvendo diferentes setores da sociedade e exigindo um equilíbrio delicado entre os interesses econômicos, sociais e políticos envolvidos.


Enquanto isso, a população brasileira acompanha de perto os desdobramentos desta iniciativa, que poderá ter um impacto significativo não apenas na tributação de alimentos, mas também nas políticas de saúde pública e na agenda legislativa do país.
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