Países se unem e organização mundial dá a resposta que Maduro mais temia


A recente eleição presidencial na Venezuela tem gerado intensas controvérsias e elevado a tensão política no país, levando a uma resposta global inesperada. No domingo passado, os venezuelanos foram às urnas para escolher seu novo líder. Na madrugada de segunda-feira, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Nicolás Maduro como o vencedor com 51,2% dos votos. O principal opositor, Edmundo González, obteve 44% dos votos, segundo o anúncio do CNE.


Contudo, o resultado foi anunciado com apenas 80% dos votos apurados, e as atas de votação, que registram detalhadamente o número de votos em cada local, não foram divulgadas pelo CNE. Este fato levantou sérias dúvidas sobre a transparência do processo eleitoral. A oposição venezuelana rapidamente contestou o resultado e acusou o CNE de fraude.


María Corina Machado, uma das líderes da oposição, afirmou na noite de segunda-feira ter tido acesso a 73% das atas, que, de acordo com ela, mostram uma vitória de Edmundo González. Em resposta, a oposição lançou um site para compartilhar as atas obtidas e reforçar sua alegação de irregularidades.


O descontentamento com o resultado gerou uma mobilização internacional. Nove países da América Latina - Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai - solicitaram uma reunião de emergência da Organização dos Estados Americanos (OEA). Esses países expressaram profunda preocupação com o processo eleitoral e exigiram uma revisão completa dos resultados, com a presença de observadores independentes para garantir que a vontade do povo venezuelano seja respeitada.


Em resposta ao pedido desses países, a OEA declarou que não reconhece o resultado das eleições e identificou indícios de manipulação. O relatório da OEA destacou várias irregularidades, incluindo a demora na divulgação dos resultados, apesar da utilização de urnas eletrônicas. Além disso, foram relatadas ilegalidades, vícios e práticas inadequadas durante o processo eleitoral.


O documento da OEA destacou que o CNE, dirigido por um aliado do governo, proclamou Maduro vencedor sem fornecer dados substanciais para comprovar o resultado. A falta de transparência foi um ponto crítico, com os números divulgados apresentando "erros aritméticos", segundo a organização. O relatório também sugeriu que o regime de Maduro utilizou "esquemas repressivos" para distorcer o resultado eleitoral.


A OEA observou que, mais de seis horas após o encerramento da votação, o CNE anunciou Maduro como vencedor sem apresentar detalhes das tabelas processadas e sem publicar as atas. A organização acusou o governo de manipular o processo eleitoral e distorcer completamente os resultados para favorecer o candidato oficial.

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