Em um cenário político cada vez mais tenso na Venezuela, uma pesquisa recente trouxe à tona dados alarmantes para o governo do presidente Nicolás Maduro. Realizada pelo Centro de Estudos Políticos e Governamentais da Universidade Católica Andrés Bello (CEPyG-UCAB) em conjunto com a empresa de pesquisa Delphos, a pesquisa revelou uma ampla vantagem do candidato da oposição, Edmundo González Urruti, sobre Maduro. Segundo os dados divulgados, González Urruti aparece com 59,1% das intenções de voto, enquanto Maduro está com apenas 24,6%. A diferença de mais de 34 pontos percentuais indica um cenário quase impossível de ser revertido pelas práticas tradicionais, inclusive as fraudes eleitorais que têm sido uma marca registrada nas eleições venezuelanas nas últimas décadas.
Diante desses números, Maduro demonstrou uma postura cada vez mais agressiva. Nos últimos dias, o presidente fez uma série de ameaças diretas contra o povo venezuelano, numa tentativa de intimidar eleitores e a oposição. As ameaças incluem repressão aos protestos, prisões arbitrárias e até o uso da força militar para manter a ordem. O tom beligerante de Maduro reflete seu desespero com a possibilidade real de perder o poder. Desde que assumiu o poder em 2013, Nicolás Maduro tem enfrentado uma crise política, econômica e social sem precedentes na Venezuela. O país, outrora um dos mais ricos da América Latina devido às suas vastas reservas de petróleo, está mergulhado em hiperinflação, escassez de alimentos e medicamentos, além de uma crescente onda de emigração. Milhões de venezuelanos fugiram do país em busca de melhores condições de vida em países vizinhos.
A oposição, que há anos tenta derrubar Maduro, encontrou em Edmundo González Urruti uma figura capaz de unir diferentes facções e atrair o apoio popular. Urruti, um ex-governador com uma trajetória política marcada pela defesa dos direitos humanos e pela luta contra a corrupção, se apresenta como a esperança de mudança para muitos venezuelanos. A comunidade internacional também está de olho nas eleições venezuelanas. Países como os Estados Unidos, Canadá e membros da União Europeia têm se manifestado contra o regime de Maduro, impondo sanções e pressionando por uma transição democrática. A possível derrota de Maduro poderia abrir caminho para uma nova era de relações diplomáticas e econômicas com a Venezuela, revitalizando sua economia e trazendo alívio para a população.
Apesar da grande vantagem de Urruti nas pesquisas, muitos temem que Maduro possa recorrer a fraudes eleitorais para se manter no poder. Em eleições passadas, observadores internacionais relataram diversas irregularidades, incluindo manipulação de votos, intimidação de eleitores e controle estatal sobre os meios de comunicação. A oposição e a sociedade civil estão se mobilizando para garantir que as eleições sejam justas e transparentes. Grupos de monitoramento eleitoral, tanto nacionais quanto internacionais, estão sendo organizados para observar o processo e denunciar possíveis fraudes. A pressão interna e externa sobre Maduro é enorme, e o ditador sabe que sua margem de manobra está cada vez menor.
O futuro político da Venezuela está em jogo. Se a tendência mostrada pelas pesquisas se mantiver e as eleições forem realizadas de forma justa, Edmundo González Urruti tem grandes chances de se tornar o próximo presidente do país. No entanto, o caminho até lá é cheio de incertezas. Maduro não dá sinais de que pretende abandonar o poder facilmente e pode recorrer a medidas extremas para evitar a derrota. A pesquisa divulgada pelo CEPyG-UCAB e pela Delphos trouxe um sopro de esperança para a oposição e para muitos venezuelanos que anseiam por mudança. Contudo, a batalha está longe de ser vencida. Com um governo disposto a tudo para se manter no poder, a Venezuela enfrenta um período crítico de sua história. A comunidade internacional e os próprios venezuelanos precisam permanecer vigilantes e unidos na luta por uma transição pacífica e democrática.
A disputa eleitoral de 2024 será um teste decisivo para a democracia venezuelana e para o futuro do país.