Polícia Federal indicia governador por suposto "esquema" fraudulento


O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, foi indiciado pela Polícia Federal nesta terça-feira, 30 de julho, sob suspeita de envolvimento em um esquema fraudulento envolvendo programas assistenciais estaduais durante seus mandatos anteriores como vereador e vice-governador. O indiciamento faz parte da Operação Sétimo Mandamento, desencadeada no final do ano passado e que também implicou seu irmão de criação, Vinícius Sarciá Rocha.


A investigação da PF revelou um esquema de corrupção envolvendo vários programas assistenciais, como Novo Olhar, Rio Cidadão, Agente Social e Qualimóvel, que foram alvo de irregularidades entre 2017 e 2020. De acordo com os documentos obtidos pela Polícia Federal, uma organização criminosa infiltrou-se nos setores públicos assistenciais do Rio de Janeiro, cometendo fraudes em licitações e contratos administrativos, desviando verbas públicas e efetuando pagamentos de propinas que variavam entre 5% e 25% dos valores dos contratos. O valor total envolvido nos contratos fraudulentos ultrapassa a marca de R$ 70 milhões.


A Operação Sétimo Mandamento incluiu a quebra dos sigilos bancário e telefônico do governador Castro, bem como o de outros envolvidos. Os investigadores descobriram evidências de que pagamentos de propinas eram feitos para garantir a execução dos contratos em condições fraudulentas. A PF classificou o esquema como uma grave violação dos princípios da administração pública e da justiça social.


A defesa de Cláudio Castro, no entanto, refuta as alegações. Em um comunicado oficial, seus advogados qualificaram as informações que sustentam a investigação como "infundadas" e afirmaram que tudo se resume a uma "delação criminosa" de um réu confesso. Segundo a defesa, os documentos que embasam a investigação estão sob segredo de Justiça e, portanto, a sua divulgação parcial é considerada uma violação dos direitos do governador. A defesa ainda argumenta que o governador nunca foi convocado a prestar esclarecimentos sobre os fatos até o momento.


Além disso, a defesa de Castro reiterou a confiança na Justiça e declarou que o governador está seguro de que todas as alegações serão esclarecidas ao longo do processo legal. "O governador confia na Justiça e está seguro de que tudo será esclarecido até o fim do processo legal", afirmou o advogado de Castro. Ele enfatizou que as medidas cautelares adotadas, quatro anos após o início da investigação, reforçam a argumentação de que não existem provas substanciais contra o governador, classificando as alegações como uma tentativa de manchar sua reputação.


O contexto dessa investigação remonta a 2019, quando as primeiras denúncias começaram a surgir. A Operação Sétimo Mandamento foi uma ação abrangente que revelou a extensão da fraude nos programas assistenciais, colocando em evidência a necessidade de um controle mais rigoroso sobre a aplicação de recursos públicos.


As acusações são particularmente graves devido ao cargo de Castro e ao impacto potencial sobre a confiança pública nos programas assistenciais estaduais. A possibilidade de que verbas destinadas a ajudar os cidadãos mais necessitados tenham sido desviadas para interesses pessoais ou de grupos criminosos é um aspecto central da denúncia. A Polícia Federal, ao longo de sua investigação, enfatizou a importância de coibir tais práticas para garantir a integridade dos serviços públicos.

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