Augusto Cezar Uzeda, ex-diretor da área internacional da OAS, empresa envolvida em diversas polêmicas de corrupção, realizou uma doação de R$ 20 mil ao Partido dos Trabalhadores (PT) no mês de março deste ano. A transferência foi efetuada eletronicamente e está devidamente registrada nos documentos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Uzeda, que já foi investigado por suspeitas de tráfico de influência na Costa Rica, decidiu contribuir financeiramente para apoiar o partido político ao qual alega ter afinidades ideológicas e apoio a suas políticas de governo. A doação, embora legalmente declarada, reacende discussões sobre a ética nas relações entre empresas e partidos políticos no Brasil.
A relação entre Augusto Cezar Uzeda e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva remonta a um período turbulento de investigações e acusações mútuas. Em 2019, Uzeda foi implicado em uma investigação iniciada com base na delação premiada de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS. Pinheiro afirmou ter contratado Lula para realizar uma palestra na Costa Rica em 2011, supostamente visando favorecer os interesses da empreiteira no país.
Durante a estadia na Costa Rica, relata Pinheiro, Uzeda e ele se reuniram com autoridades locais com a mediação de Lula. As alegações de tráfico de influência levantaram sérias questões sobre a conduta ética tanto de Uzeda quanto de Lula, que sempre negaram quaisquer irregularidades em suas ações e defenderam a legalidade de seus atos.