Na tarde desta quarta-feira, 24 de julho, uma entrevista que deveria esclarecer as propostas de Marina Helena, candidata à Prefeitura de São Paulo pelo Partido Novo, tornou-se palco de uma acalorada disputa verbal. A candidata foi entrevistada pelo UOL e mediada pela jornalista Raquel Landim. O que deveria ser uma discussão política sobre a gestão de São Paulo rapidamente se transformou em um embate sobre questões controversas relacionadas ao aborto e às decisões judiciais do Brasil.
Durante a entrevista, Raquel Landim interrompeu repetidamente Marina Helena, contestando as afirmações da candidata sobre as recentes decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) acerca do aborto. Landim acusou Marina Helena de propagar desinformação ao comentar sobre a limitação de abortos após 22 semanas de gestação, citando que tais afirmações não condiziam com as resoluções mais recentes.
O confronto foi palpável, com Landim questionando a veracidade das alegações de Helena e a candidata do Novo acusando a jornalista de defender de forma parcial as decisões do STF, em detrimento das recomendações do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Em suas redes sociais, Marina Helena expressou seu descontentamento com a condução da entrevista. “Era para ser uma conversa sobre São Paulo, mas fui interrompida e confrontada continuamente. Senti que não me deixaram expor minhas opiniões de forma justa. A jornalista parecia mais preocupada em defender Alexandre de Moraes e as decisões do STF do que em entender minha posição”, afirmou Helena.
A candidata ressaltou que, embora o aborto legal em casos de estupro e anencefalia seja reconhecido por lei, ela não é favorável à prática após 22 semanas de gestação. Marina defendeu a necessidade de oferecer à mãe cuidados adequados para que a gravidez possa ser levada a termo, e se for o desejo da mãe, a criança poderia ser encaminhada para adoção.
A intensa discussão surgiu a partir das recentes decisões do STF que alteraram as diretrizes sobre o aborto no Brasil, provocando debates acalorados entre defensores de diferentes perspectivas. O STF tem sido criticado por alguns setores da sociedade que acreditam que suas decisões frequentemente ignoram recomendações e normas estabelecidas por entidades médicas e jurídicas.
Marina Helena, ao contrário, fez uma defesa enfática da posição do CFM. Segundo ela, as resoluções do Conselho são fundamentais e devem ser respeitadas. “Não podemos desconsiderar a expertise e as diretrizes de uma instituição médica apenas porque uma decisão judicial vai em sentido contrário. É necessário que a medicina seja ouvida e suas recomendações sejam levadas em conta”, afirmou.