A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou uma declaração ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que Bolsonaro e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, não se encontraram durante a convenção do MDB, realizada em São Paulo no dia 3 de agosto.
De acordo com o documento enviado pelos advogados de Bolsonaro, os dois figuras importantes estiveram presentes no evento em horários distintos, o que teria impedido qualquer possibilidade de encontro. A defesa sustentou que, em conformidade com a medida cautelar vigente, Bolsonaro fez o possível para garantir que sua presença no evento não coincidisse com a de Costa Neto.
“No caso específico, o peticionário teve, em obediência à medida cautelar, o cuidado de comparecer ao evento em horário diferente e posterior à saída do Sr. Valdemar da Costa Neto, de sorte que, malgrado ambos tenham estado presentes no mesmo local, o estiveram em horários distintos, não se encontrando em nenhum momento”, afirmam os advogados no documento enviado ao ministro Moraes.
A situação vem à tona em meio a uma crescente tensão legal envolvendo o ex-presidente. Na última quinta-feira, 8 de agosto, Alexandre de Moraes concedeu um prazo de 48 horas para que Bolsonaro e Costa Neto apresentassem explicações detalhadas sobre a suposta violação de uma ordem judicial que proíbe qualquer tipo de contato, direto ou indireto, entre os dois. A ordem foi emitida em um contexto de investigações sobre possíveis infrações de normas judiciais e questões relacionadas à comunicação entre indivíduos envolvidos em processos legais.
A defesa de Bolsonaro agora solicita que o ministro Moraes confirme os horários de presença dos envolvidos com outras pessoas que estiveram no evento, como o ex-presidente Michel Temer (MDB), para corroborar sua alegação. A alegação de que os dois líderes não se encontraram em razão dos horários distintos pode ter um impacto significativo no desenrolar do caso, caso seja aceita como verdade pelos responsáveis pela análise da situação.
O documento da defesa parece ser uma tentativa de desarticular as alegações feitas por Moraes, que busca esclarecer se houve ou não descumprimento da ordem judicial. Essa situação é um reflexo da complexidade dos processos legais que envolvem figuras públicas de alto perfil e das intricadas medidas cautelares que frequentemente acompanham tais investigações.
Em resposta às novas alegações, a equipe de Moraes pode buscar confirmações adicionais sobre os horários de chegada e saída de cada um dos envolvidos, possivelmente ouvindo outras testemunhas ou analisando registros do evento. O objetivo é garantir que não houve qualquer violação das ordens judiciais e que a integridade do processo seja mantida.