Brasil faz “jogo de cena” e ajuda ditadura de Maduro na OEA


Em um momento crítico da política internacional, o governo brasileiro tem enfrentado crescente escrutínio por sua postura na Organização dos Estados Americanos (OEA) em relação à crise na Venezuela. O recente posicionamento do Brasil tem sido criticado por alguns analistas e políticos, que acusam o governo de adotar uma postura ambígua e incoerente ao lidar com a ditadura de Nicolás Maduro.


Na quarta-feira, 31 de julho de 2024, a OEA se deparou com uma importante votação que visava a aprovação de uma resolução para exigir a publicação imediata das atas das eleições realizadas na Venezuela no último domingo. O resultado da votação foi marcado pela abstenção de 11 países, incluindo o Brasil e a Colômbia. Esta abstenção impediu a aprovação da resolução, que necessitava de uma maioria absoluta para ser validada.


Os países que se abstiveram também incluíam Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Granada, Honduras, São Cristóvão e Nevis, e Santa Lúcia. Enquanto isso, países como Argentina, Canadá, Chile, e Estados Unidos, entre outros, votaram a favor da resolução, demonstrando um claro desejo de pressionar o regime de Maduro a ser mais transparente sobre o processo eleitoral.


O posicionamento do Brasil na OEA gerou controvérsias, principalmente após um post do jornalista Alexandre Garcia nas redes sociais, no qual ele criticou a postura do governo Lula. Garcia afirmou que o Brasil estava fazendo um "jogo de cena" ao se abster na votação na OEA, enquanto, simultaneamente, emitia uma nota conjunta com a Colômbia e o México pedindo a apresentação das atas das eleições. Segundo ele, esta abordagem é uma tentativa de parecer proativo sem realmente tomar medidas que poderiam impactar diretamente o regime de Maduro.


A nota conjunta divulgada por Brasil, Colômbia e México na quinta-feira (1º de agosto) pede que a Venezuela apresente as atas das eleições realizadas no último domingo. No entanto, a nota não possui caráter punitivo e não tem o poder de forçar a Venezuela a cumprir a solicitação. Essa abordagem tem sido criticada por não refletir a seriedade da situação e por não ter a eficácia necessária para pressionar o regime venezuelano.


O governo brasileiro tem enfrentado uma pressão interna crescente devido a esse posicionamento. Políticos brasileiros, como o deputado Marco Feliciano e a psicóloga Marisa Lobo, têm se manifestado contra a postura adotada pelo governo, sugerindo que o Brasil deveria adotar uma posição mais firme e enérgica em relação à Venezuela. Eles argumentam que a abstenção do Brasil na votação da OEA pode ser vista como uma forma de conivência com a ditadura de Maduro, o que enfraquece a posição do país no cenário internacional e compromete a sua imagem perante a comunidade global.


A situação é ainda mais complicada pela recente visita de Nicolás Maduro ao Brasil e pelos esforços contínuos do regime venezuelano para estabelecer laços mais estreitos com o país. A visita e os esforços diplomáticos de Maduro para contatar o presidente Lula levantam questões sobre a verdadeira natureza da relação entre os dois países e se o Brasil está realmente comprometido em promover a democracia e os direitos humanos na Venezuela.

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