Chanceler de Milei faz denúncias gravíssimas contra Maduro e exige reação imediata contra tirania na Venezuela - OEA


Em uma reunião extraordinária do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), a chanceler da Argentina, Diana Mondino, fez um contundente discurso sobre a crise na Venezuela, após o ditador Nicolás Maduro ter anunciado uma vitória eleitoral amplamente contestada e iniciado um violento ataque contra seus opositores. O encontro foi convocado em resposta às denúncias de fraude eleitoral e repressão brutal no país.


Mondino iniciou seu discurso lamentando profundamente a necessidade de abordar o estado da democracia, liberdade e respeito aos direitos fundamentais na Venezuela. "A verdade é que lamento muito que nos encontremos reunidos para abordar o estado da democracia, da liberdade e do respeito aos direitos fundamentais dos venezuelanos, que estão sendo submetidos a abusos, atropelos, e, em muitos mais casos do que gostaríamos de enumerar, à violência", afirmou. 


A chanceler ressaltou que as eleições de 2018, que levaram Maduro ao poder, já haviam carecido de condições mínimas de transparência. Ela enfatizou que as eleições de 2024 foram ainda mais fraudulentas, um fato que, segundo Mondino, é evidente através da documentação publicada pela oposição. "Podemos afirmar que, em 2024, foram fraudulentas. Sei que é uma palavra muito forte", disse, destacando que a fraude foi evidente e notável.


Mondino criticou a demora na divulgação das atas eleitorais solicitada por alguns países e observou que essas atas já estavam disponíveis na internet através da oposição. "Já estão publicadas, pela oposição. Já estão na internet há horas. Muitos países estão pedindo que as publiquem, mas já as temos. Estão na rede, e a vantagem da oposição é acachapante", afirmou.


A chanceler expressou sua frustração com a falta de verificação da contagem dos votos e fez um apelo ao Conselho Permanente para que tomasse uma posição firme. "É um tema que requer uma grande preocupação. Eu gostaria que o clamor deste Conselho hoje fosse um ‘basta’: basta por hoje, e para sempre. Na Venezuela e em todos os países. Porque, quando se põe em perigo a vontade popular, não pode haver meios termos. Sabemos que se deve denunciar e atuar, e é isso que estou fazendo", declarou.


Mondino também abordou a questão da violência política na Venezuela, lembrando que a ditadura de Maduro não é novidade em seu uso de táticas violentas. Ela destacou que o regime não apenas violou tratados internacionais, mas também suas próprias leis. "O regime de Maduro violou não só os tratados internacionais, mas as próprias leis. É um líder venezuelano que faz sofrer seu próprio povo", disse.


Em seu discurso, a chanceler fez um apelo para a aplicação da Carta Democrática da OEA, que visa proteger os direitos humanos e a democracia na região. "Aqui na OEA temos um dos principais instrumentos da defesa dos direitos humanos, a Carta Democrática. Vejamos como responderemos a este atropelo. Representando o governo da República da Argentina, reivindico o direito do povo venezuelano de ter eleições competitivas e transparentes, e de viver em uma Venezuela livre, próspera e democrática", afirmou Mondino.

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