Diretor da Globo curte post de jornalista atacando Sílvio Santos, se arrepende e tenta voltar atrás


O diretor Boninho, conhecido pelo comando do programa Big Brother Brasil, se viu no centro de uma controvérsia nas redes sociais ao curtir uma postagem polêmica do jornalista Luis Erlanger, ex-Globo. A postagem de Erlanger, compartilhada no Instagram, continha duras críticas ao falecido apresentador e empresário Silvio Santos, que morreu no último sábado (17).


A repercussão negativa foi imediata, e, após o tumulto nas redes sociais, Boninho decidiu remover a “curtida” da postagem. A decisão do diretor de reality show de interagir com o conteúdo controverso gerou uma série de especulações e debates sobre o impacto da opinião pessoal dos profissionais de mídia nas redes sociais e sua influência na opinião pública.


Na postagem que provocou a polêmica, Luis Erlanger expressou uma visão crítica sobre a figura de Silvio Santos, reconhecendo sua importância na história da televisão brasileira, mas também levantando questões sobre seu legado e suas práticas. Erlanger escreveu que “no Brasil, morrer vem com anistia automática e bajulação”, uma declaração que sintetiza a sua visão crítica sobre a forma como o país lida com figuras públicas após suas mortes.


Erlanger, que já foi uma figura proeminente no meio jornalístico e teve uma longa carreira na Globo, fez uma série de críticas contundentes a Silvio Santos. Em seu texto, ele descreveu o fundador do SBT como um exemplo de “picaretagem”, destacando que sua popularidade e sucesso no mundo do entretenimento não apagariam as suas falhas e controvérsias. 


O jornalista também abordou a criação da Tele Sena, um dos produtos mais emblemáticos de Silvio Santos, e a caracterizou como um “modelo de aposta disfarçado de título de capitalização, sem lastro”. Esta crítica faz referência a um debate contínuo sobre a ética e a legalidade das promoções que envolvem sorteios e loterias, e a percepção pública de que tais produtos são mais vantajosos para seus criadores do que para os participantes.


Além disso, Erlanger não poupou críticas ao envolvimento político de Silvio Santos. O jornalista lembrou que Silvio não conseguiu se candidatar à Presidência da República devido a questões de inelegibilidade e acusou o apresentador de apoiar todos os governos ao longo de sua carreira, descrevendo-o como um “office boy de luxo do governo”. Esta crítica explora a relação entre Silvio Santos e o poder político no Brasil, sugerindo que seu sucesso esteve intimamente ligado a sua habilidade em navegar no cenário político.


A postagem de Erlanger também fez comparações entre Silvio Santos e outros magnatas da comunicação, como Roberto Marinho, e fez referência ao apoio que Silvio teria dado ao golpe militar, além de destacar sua relação com o general-ditador Figueiredo. Erlanger mencionou como Silvio Santos exibiu campanhas com o slogan do regime militar “Brasil, ame-o ou deixe-o” durante os intervalos comerciais e trouxe de volta o programa “A Semana do Presidente” durante o governo Bolsonaro. Esses detalhes fornecem uma perspectiva sobre o envolvimento de Silvio Santos com a política ao longo de sua carreira e como sua imagem foi moldada por esse contexto.


No encerramento de sua postagem, Luis Erlanger não hesitou em afirmar que Silvio Santos é “santo só no sobrenome”, uma frase que sintetiza sua visão crítica e controversa sobre o legado do apresentador. A declaração sugere que, na visão de Erlanger, a figura pública de Silvio Santos foi idealizada de maneira excessiva, sem a devida consideração das suas falhas e controvérsias.


A curtida de Boninho na postagem de Erlanger gerou um grande alvoroço nas redes sociais. A decisão de interagir com um conteúdo tão polarizador levantou questões sobre a responsabilidade dos profissionais de mídia em relação ao que apoiam publicamente. A remoção subsequente da curtida não apagou a controvérsia, mas indicou uma tentativa de minimizar o impacto da situação.


Este episódio trouxe à tona debates sobre o papel das redes sociais na formação da opinião pública e na reputação dos indivíduos. A interação de Boninho com a postagem de Erlanger e a reação negativa subsequente exemplificam como a opinião pública pode ser rapidamente influenciada e como os profissionais de mídia precisam estar cientes das possíveis repercussões de suas ações online.


Além disso, a situação destaca a complexidade do legado de figuras públicas como Silvio Santos, que, apesar de sua contribuição significativa para o entretenimento no Brasil, também possui um histórico controverso que pode ser reavaliado à luz de novas críticas e perspectivas. A polarização das opiniões sobre figuras como Silvio Santos reflete um cenário em que a memória de tais indivíduos pode ser vista de maneira muito divergente, dependendo da visão de cada pessoa.


Enquanto Boninho tenta se distanciar da controvérsia, a discussão em torno da postagem de Luis Erlanger continua a se desenrolar nas redes sociais e na mídia, alimentando debates sobre a forma como as figuras públicas e suas ações são percebidas e avaliadas. A situação também reforça a importância de considerar cuidadosamente as interações online, especialmente quando se trata de temas sensíveis e figuras altamente debatidas na esfera pública.
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