24 de agosto de 2024 — Em uma declaração contundente e sem precedentes, o desembargador aposentado Sebastião Coelho, conhecido por suas opiniões firmes e por não temer a represálias, fez duras críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. As declarações de Coelho foram feitas na madrugada deste sábado (24), logo após a repercussão de uma entrevista dada por Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Moraes, que já vinha causando grande polêmica nos círculos jurídicos e políticos.
Sebastião Coelho, que se aposentou após uma longa carreira na magistratura, iniciou sua declaração com uma acusação direta: "Alexandre de Moraes é um criminoso." A fala, forte e categórica, rapidamente ecoou nas redes sociais e nos meios de comunicação, onde ganhou destaque por sua gravidade. Coelho, em suas palavras, não deixou dúvidas sobre sua opinião em relação ao comportamento de Moraes e às suas ações no Supremo Tribunal Federal.
A entrevista de Tagliaferro, que Coelho mencionou como motivadora de sua declaração, trouxe à tona revelações sobre o ambiente de trabalho sob o comando de Moraes, bem como as pressões e ordens recebidas pelos seus subordinados. Tagliaferro descreveu situações em que, segundo ele, os funcionários eram obrigados a seguir ordens que, mesmo parecendo absurdas ou moralmente duvidosas, deveriam ser executadas sem questionamentos. A analogia usada por Tagliaferro, comparando sua situação à de um cozinheiro que é obrigado a colocar beterraba em uma feijoada por ordem do dono do restaurante, foi amplamente debatida e interpretada como uma crítica à falta de autonomia e à obediência cega exigida por Moraes.
Sebastião Coelho, ao tomar conhecimento dessas declarações, foi além das críticas convencionais e declarou enfaticamente que “esse Alexandre de Moraes é um bandido. Tem que perder o cargo e ser preso.” Essa afirmação, feita de maneira firme e sem hesitação, reflete uma indignação crescente entre certos setores da sociedade brasileira, que veem nas ações de Moraes uma ameaça à democracia e ao Estado de Direito.
A fala de Coelho não só expressa uma opinião pessoal, mas também reflete um sentimento de revolta que tem ganhado força nos últimos anos, à medida que Alexandre de Moraes se tornou uma figura central em diversas decisões polêmicas no STF. Para muitos críticos, as ações de Moraes extrapolam os limites do que seria aceitável em um regime democrático, sendo frequentemente acusadas de autoritarismo e de perseguição política.
A declaração do desembargador aposentado também sugere que o medo, que durante anos pairou sobre aqueles que ousavam criticar o poder judiciário e, em particular, o ministro Moraes, está começando a se dissipar. A coragem demonstrada por Coelho em se manifestar publicamente, e de forma tão incisiva, pode ser um indicativo de que outras figuras importantes do cenário jurídico e político brasileiro podem seguir o mesmo caminho, fazendo críticas mais abertas e contundentes ao Supremo Tribunal Federal e ao seu modo de operação.
No entanto, as palavras de Coelho não passaram sem reação. Defensores de Moraes e do STF rapidamente se posicionaram contra as declarações, acusando o desembargador aposentado de incitação e desrespeito às instituições democráticas. Para esses defensores, as críticas a Moraes e ao STF não justificam ataques pessoais e acusações tão graves como as feitas por Coelho. Além disso, alertam que esse tipo de discurso pode contribuir para o aumento da polarização e para a instabilidade institucional no país.
Por outro lado, os apoiadores de Sebastião Coelho consideram suas palavras como uma necessária manifestação de verdade, argumentando que figuras públicas, especialmente aquelas que ocupam posições de poder, como Alexandre de Moraes, devem ser responsabilizadas por suas ações. Para esses apoiadores, a fala de Coelho é um sinal de que a sociedade brasileira está começando a despertar para os excessos cometidos pelo judiciário e que não há mais espaço para o medo ou para a autocensura.
A declaração do desembargador aposentado Sebastião Coelho marca um momento crucial na crescente tensão entre diferentes setores da sociedade brasileira e o Supremo Tribunal Federal. À medida que as críticas se intensificam, especialmente aquelas vindas de figuras respeitadas do mundo jurídico, o debate sobre o papel do STF e de seus ministros no Brasil contemporâneo promete se acirrar ainda mais.
As repercussões dessas declarações ainda estão por vir, mas é certo que elas aumentarão o escrutínio sobre Alexandre de Moraes e o Supremo Tribunal Federal. A possibilidade de que outros membros da comunidade jurídica se juntem a Coelho em suas críticas é real, e o desenrolar desse embate pode ter profundas consequências para o futuro das instituições democráticas no Brasil. Enquanto isso, a figura de Alexandre de Moraes continua a ser uma das mais polarizadoras no cenário político nacional, com admiradores e detratores se confrontando em um debate cada vez mais acalorado sobre o rumo da justiça e da democracia no país.