'Lula não saiu em defesa dos presos, desaparecidos, nem lamentou mortes provocadas pelo regime Maduro'


O senador Marcos Rogério (PL-RO) fez duras críticas à postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação às eleições realizadas na Venezuela, afirmando que o Brasil deveria se alinhar com os países que questionam a legitimidade do pleito venezuelano. As declarações do senador refletem uma crescente tensão política e diplomática entre o Brasil e o país vizinho.


Em uma declaração recente, Marcos Rogério expressou seu descontentamento com a abordagem de Lula sobre o processo eleitoral na Venezuela, que foi amplamente criticado por várias nações e organizações internacionais. Para Rogério, a atitude do presidente brasileiro foi insuficiente e ineficaz. “Lula se limitou a pedir a divulgação das atas eleitorais, mas não foi além disso. Ele não se posicionou a favor dos presos, dos desaparecidos, nem lamentou as mortes provocadas pelo regime de Nicolás Maduro. A falta de uma postura mais firme e decisiva do Brasil é preocupante,” disse o senador.


O senador também destacou a ausência de transparência no processo eleitoral venezuelano. Segundo ele, o Conselho Eleitoral da Venezuela, responsável por conduzir as eleições, não disponibilizou os documentos eleitorais para consulta pública, o que, segundo Marcos Rogério, é uma prática comum em qualquer democracia. Esta falta de transparência, combinada com a repressão estatal e as prisões que ocorreram durante os protestos contra o resultado das eleições, reforça a necessidade de uma intervenção mais substancial por parte da comunidade internacional.


Rogério apontou que a falta de uma postura crítica por parte do governo brasileiro em relação ao regime de Maduro pode ter consequências graves para o povo venezuelano. “Se a comunidade internacional, com toda a sua força, não tiver um papel preponderante, o povo venezuelano continuará sofrendo as consequências de ter um governo tirano que empobrece a população,” afirmou o senador.


A crítica de Marcos Rogério também se estende aos comentários feitos por Lula no ano passado, quando o presidente brasileiro fez comparações entre a democracia na Venezuela e no Brasil. Lula havia afirmado que a Venezuela possuía uma forma de democracia mais robusta do que o Brasil devido à frequência das eleições. Marcos Rogério considerou essa comparação despropositada, argumentando que a mera realização de eleições não garante a autenticidade e a justiça do processo. “De que adianta ter mais eleições se o resultado é fruto de fraude? A democracia não é apenas uma questão de quantidade de votos, mas de legitimidade e transparência no processo eleitoral,” disse o senador.


A postura do Partido dos Trabalhadores (PT) também foi criticada por Rogério. Ele mencionou que o PT, partido de Lula, chegou a comemorar o resultado das eleições venezuelanas, descrevendo-as como uma jornada pacífica e democrática. Rogério considera essa visão como uma tentativa de ignorar as evidências de irregularidades e a repressão estatal. “É lamentável que um partido que se diz defensor da democracia se alegre com resultados de eleições que claramente não respeitam os princípios democráticos fundamentais,” criticou o senador.


As eleições na Venezuela têm sido um ponto de discórdia internacional há vários anos, com muitos países e organismos internacionais questionando a legitimidade dos resultados e a condução do processo eleitoral. A comunidade internacional tem se deparado com um dilema complicado: como lidar com um regime que é amplamente acusado de violações dos direitos humanos e manipulação eleitoral, mas que ainda possui algum grau de apoio dentro do país.

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