Nikolas Ferreira: “Os artistas desistiram de salvar a Amazônia”


Nesta quinta-feira, 23 de agosto, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) publicou um artigo no portal Gazeta do Povo no qual faz duras críticas ao que ele considera ser uma "hipocrisia seletiva" de artistas e defensores do meio ambiente. Ferreira destacou que a Amazônia está enfrentando a pior temporada de queimadas dos últimos 17 anos, mas, segundo ele, aqueles que costumavam se mobilizar pela preservação da floresta agora permanecem em silêncio.


O deputado relatou que o corredor de fumaça gerado pelas queimadas já se espalhou por 10 estados brasileiros, afetando significativamente a qualidade do ar e a saúde da população. Apesar da gravidade da situação, ele afirma que a atenção dedicada ao problema está longe de ser a mesma observada durante o governo anterior, quando Jair Bolsonaro estava na presidência.


Ferreira lembrou que, durante o governo Bolsonaro, qualquer aumento nas queimadas ou no desmatamento da Amazônia era prontamente atribuído ao então presidente. Ele citou uma campanha promovida pelo Greenpeace Brasil em 2022, na qual mais de 30 artistas se uniram para lançar a "Canção para a Amazônia", escrita por Carlos Rennó e Nando Reis. Na época, a música foi amplamente divulgada, e muitos dos artistas envolvidos também expressaram apoio à candidatura de Lula à presidência. Agora, Ferreira destaca que esses mesmos artistas permanecem calados diante do aumento das queimadas no Brasil, o que, para ele, evidencia que a mobilização deles não estava realmente focada na preservação ambiental, mas em uma agenda política específica.


A situação na Amazônia, segundo os dados de monitoramento ambiental, é alarmante. A temporada de queimadas deste ano já supera em gravidade todas as ocorridas nos últimos 17 anos. O corredor de fumaça gerado pelos incêndios florestais tem se alastrado por diversas regiões do Brasil, atingindo estados como Amazonas, Pará, Mato Grosso, Rondônia e Acre. Essa fumaça, além de causar problemas respiratórios, também interfere na visibilidade das rodovias e afeta a aviação civil. Nikolas Ferreira enfatizou que, mesmo diante dessa situação crítica, o engajamento dos autoproclamados defensores do meio ambiente parece ter diminuído drasticamente desde que Lula assumiu a presidência. Ele argumenta que a mesma intensidade de críticas e ações vistas no passado deveria estar presente agora, independentemente de quem esteja no poder.


Outro ponto abordado por Ferreira foi a questão das mortes dos yanomamis. Ele mencionou uma reportagem do jornal Estadão, que revelou que o governo Lula estaria apagando dados sobre as mortes de indígenas. Para o deputado, essa revelação não gerou qualquer preocupação entre os artistas que antes se manifestavam energicamente em defesa dos direitos dos povos indígenas. Ferreira criticou o que considera ser um duplo padrão, afirmando que os cantores progressistas também não parecem estar preocupados com essa situação.


Nikolas Ferreira concluiu seu artigo com uma crítica direta à falta de coerência daqueles que, segundo ele, "desistiram de salvar a Amazônia". Para ele, independentemente do cenário atual, as mesmas figuras públicas que outrora se posicionavam como guardiões do meio ambiente deveriam estar à frente das campanhas de conscientização e denúncia. Ferreira argumentou que, com desmatamento ou queimadas, onças mortas ou jacarés carbonizados, indígenas sendo mortos ou suicidando, os artistas que tanto gostavam de aparecer nos anos anteriores não tiveram coragem de se posicionar agora. Na visão do deputado, essa mudança de postura revela que a preocupação dessas celebridades nunca foi com a natureza, mas sim com seus "políticos de estimação".


As declarações de Nikolas Ferreira geraram uma reação mista entre o público. Enquanto seus apoiadores veem suas críticas como uma necessária exposição de hipocrisia, detratores o acusam de estar utilizando o tema ambiental para fins políticos. Ainda assim, o artigo reacendeu o debate sobre o papel dos artistas e da sociedade civil na proteção do meio ambiente, e se a atuação desses grupos deve ser pautada por questões políticas ou por uma genuína preocupação com a sustentabilidade e os direitos humanos.


O parlamentar encerrou sua argumentação reiterando que a luta pela preservação da Amazônia deve ser contínua e apartidária, e que a mobilização social é essencial para garantir a integridade desse bioma crucial não só para o Brasil, mas para todo o planeta. Em tempos de crise ambiental, a união de forças, independentemente de posições políticas, é vista por muitos como o único caminho viável para enfrentar os desafios que se impõem.

Postagem Anterior Próxima Postagem