No contexto do recente escândalo da Vaza Toga, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, fez uma contundente crítica à mídia tradicional durante um seminário promovido pelo Instituto de Estudos Jurídicos Aplicados (IEJA). O evento, que discutiu a "regulamentação" das redes sociais, serviu como palco para o ministro abordar o papel da mídia tradicional e sua relação com o Poder Judiciário.
Durante o seminário, Moraes não hesitou em criticar a mídia tradicional, acusando-a de ingratidão em relação ao trabalho realizado pelo STF na defesa contra ameaças virtuais e ataques golpistas. O ministro argumentou que a mídia tradicional, que muitas vezes se coloca como guardiã da verdade, não reconheceu adequadamente o papel do STF na proteção de seus interesses e na manutenção da ordem democrática.
Em um discurso fervoroso, Moraes destacou o "populismo extremista" de certos influenciadores digitais que, segundo ele, espalham "notícias fraudulentas nas redes sociais com o intuito de confundir a opinião pública". O ministro enfatizou que, em sua visão, a mídia tradicional foi uma aliada na luta contra a desinformação e que o Poder Judiciário esteve firme na defesa dos direitos da mídia tradicional, combatendo a proliferação de notícias falsas e garantindo a integridade do debate público.
A abordagem de Moraes não foi apenas uma defesa das ações do STF, mas também uma crítica direta à forma como a mídia tradicional tem retratado as ações da corte. Para Moraes, a mídia deveria reconhecer mais explicitamente o trabalho do Judiciário na luta contra a desinformação e as ameaças ao sistema democrático.
"É essencial que a mídia tradicional entenda e valorize o esforço do Poder Judiciário na proteção dos seus próprios direitos e na preservação da ordem democrática", afirmou Moraes. Ele ressaltou que a atuação do STF foi fundamental para enfrentar os desafios impostos por um ambiente digital repleto de desinformação e ataques coordenados.
Por outro lado, o discurso de Moraes também deixou de lado alguns aspectos controversos relacionados à sua atuação. Em particular, o ministro optou por não abordar as recentes reportagens que o acusam de ter solicitado investigações através do gabinete do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante e após as eleições de 2022. Tais investigações teriam como alvo figuras e grupos associados à direita política.
A omissão desses tópicos em seu discurso levantou especulações sobre possíveis motivações por trás de sua retórica e sobre a real natureza de suas críticas à mídia. A escolha de não comentar essas alegações pode ser vista como uma estratégia para evitar aprofundar o debate sobre as ações controversas do STF e focar na defesa do papel da corte na regulamentação das redes sociais.