Pablo Marçal dispara e lidera corrida por SP de forma isolada, aponta pesquisa


Uma nova pesquisa de intenção de voto realizada pelo Instituto Veritá trouxe uma reviravolta significativa na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Pela primeira vez, Pablo Marçal, candidato do PRTB, aparece isolado na liderança, superando nomes de peso na política paulistana. O levantamento, que entrevistou 3.020 eleitores entre os dias 22 e 26 de agosto de 2024, mostra Marçal com 36,4% das intenções de voto, um crescimento impressionante que o coloca como o principal concorrente na eleição municipal.

A ascensão de Marçal, que antes figurava entre os candidatos de menor expressão, é um fenômeno que vem chamando a atenção de analistas políticos. Seu crescimento vertiginoso nas pesquisas pode ser atribuído a uma campanha marcada pela proximidade com o eleitorado e um discurso focado em renovação e mudanças estruturais para São Paulo. Além disso, Marçal tem se beneficiado de uma base de apoio jovem e engajada, que vem utilizando as redes sociais de maneira eficaz para amplificar sua mensagem.

Em segundo lugar na pesquisa, aparece Guilherme Boulos, candidato do PSOL, com 25,4% das intenções de voto. Boulos, que já havia disputado a prefeitura em 2020, continua a ser uma figura de destaque na política de São Paulo, conhecido por seu ativismo e pela defesa de pautas sociais. Contudo, o distanciamento em relação a Marçal indica uma possível dificuldade em ampliar seu eleitorado para além de sua base tradicional.

O atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), surge na terceira posição, com 16,7% das intenções de voto. Nunes, que assumiu a prefeitura após a morte de Bruno Covas, enfrenta desafios para consolidar seu nome entre os eleitores, especialmente em um cenário político tão competitivo. Sua administração tem sido marcada por uma série de medidas voltadas para a infraestrutura e mobilidade urbana, mas ainda luta para ganhar a simpatia de uma parcela maior da população.

Outros candidatos como José Luiz Datena (PSDB), que aparece com 7,4%, e Tabata Amaral (PSB), com 6,9%, também estão na disputa, mas com menores chances de alcançar a liderança. Datena, uma figura conhecida no jornalismo, vem utilizando sua popularidade televisiva para angariar votos, enquanto Tabata, deputada federal, busca consolidar sua carreira política com uma plataforma focada em educação e inovação.

Mariana Helena, candidata do Partido Novo, aparece com 4,2%, enquanto Bebeto Haddad (DC) tem 2%. Candidatos de partidos menores, como Ricardo Senese (UP), Altino Prazeres (PSTU) e João Pimenta (PCO), não alcançaram 1% das intenções de voto.

A pesquisa realizada pelo Instituto Veritá possui uma margem de erro de 2,0 pontos percentuais para mais ou para menos, e um intervalo de confiança de 95%. Isso significa que os números apresentados podem sofrer pequenas variações, mas refletem uma tendência clara na corrida eleitoral. Marçal, que até recentemente era considerado um azarão, agora se consolida como o principal candidato a vencer a eleição, caso mantenha o ritmo de crescimento até o dia da votação.

A liderança de Marçal representa um desafio significativo para os demais candidatos. Guilherme Boulos, que já havia mostrado força em eleições anteriores, precisará intensificar sua campanha para recuperar terreno e disputar a liderança. Da mesma forma, Ricardo Nunes enfrentará o desafio de reconquistar a confiança dos eleitores que, aparentemente, estão inclinados a buscar uma alternativa ao seu governo.

A divisão de votos entre candidatos que representam o campo progressista e aqueles ligados à direita tradicional pode ser um fator decisivo na eleição. Com a consolidação de Marçal como líder, a possibilidade de uma eleição polarizada entre ele e Boulos ganha força, enquanto os outros candidatos lutam para se manterem competitivos.

O crescimento de Pablo Marçal também tem gerado reações no meio político. Aliados do candidato celebram o que consideram ser o resultado de uma estratégia bem-sucedida de comunicação e engajamento com o eleitorado. Por outro lado, adversários já começam a recalibrar suas estratégias, cientes de que enfrentam agora um adversário mais forte do que imaginavam.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma figura influente na política nacional, já manifestou publicamente sua preocupação com o avanço de Marçal, especialmente pelo impacto que isso pode ter na configuração de forças em São Paulo, uma cidade chave para qualquer projeto político de âmbito nacional.

Com a eleição municipal se aproximando, a expectativa é de que as campanhas se intensifiquem ainda mais, com os candidatos buscando conquistar o voto dos indecisos e fortalecer suas bases eleitorais. Se a tendência apontada pela pesquisa se mantiver, São Paulo poderá ver uma mudança significativa em sua liderança política nos próximos meses.
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