Em um desabafo contundente nas redes sociais, o senador Marcos do Val criticou duramente a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou o bloqueio de R$ 50 milhões de suas contas pessoais e a derrubada de seu perfil no Instagram. A medida, que o parlamentar considera inconstitucional e desproporcional, gerou grande repercussão e levou o senador a clamar por uma intervenção imediata do Congresso Nacional para restaurar o que ele chama de "Estado Democrático de Direito".
De acordo com o senador, o bloqueio imposto por Moraes não tem fundamento legal e ultrapassa os limites do razoável. Em sua declaração, Marcos do Val destacou que a quantia bloqueada é inexistente, afirmando que em sua conta pessoal havia apenas mil reais, destinados ao sustento de sua filha e às despesas de saúde de sua mãe, que enfrenta um tratamento contra o câncer. Marcos do Val descreveu a decisão de Moraes como um "abuso de autoridade" e criticou a falta de comunicação prévia ao Senado Federal ou ao seu presidente, Rodrigo Pacheco. Segundo o senador, a medida representa uma afronta direta à imunidade parlamentar garantida pela Constituição Federal, além de desrespeitar a dignidade humana. "O que estamos vivenciando é uma flagrante contravenção e um desrespeito não apenas à minha pessoa, mas a todo o Senado Federal", afirmou.
O bloqueio das verbas pessoais e indenizatórias, essenciais para o exercício de suas funções como senador, foi outro ponto criticado por Marcos do Val. Segundo ele, a medida o impede de realizar as atividades inerentes ao seu mandato, incluindo a locomoção para Brasília e o pagamento das despesas de gabinete, tanto na capital federal quanto em sua base no Espírito Santo. Ele lamentou que não pode sequer comprar uma passagem para exercer o seu papel constitucional de representante do povo do Espírito Santo.
O senador classificou a decisão como uma "pena antecipada de caráter perpétuo", que, além de ser impossível de ser quitada, representa uma afronta à sua dignidade. Em tom de indignação, ele exclamou que "nem em dez gerações seria possível pagar esse valor!". A imposição de uma dívida de R$ 50 milhões foi vista por ele como um exemplo claro de desproporcionalidade e de censura à sua atuação parlamentar.
Diante do que considera um ataque direto às prerrogativas do Poder Legislativo e ao próprio Estado Democrático de Direito, Marcos do Val solicitou a intervenção imediata do Congresso Nacional. Em sua mensagem, o parlamentar dirigiu-se diretamente ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, pedindo uma resposta enérgica e imediata. Para ele, o Senado Federal está sendo desmoralizado, e essa situação é mais uma prova de que o Brasil não é mais uma democracia plena, onde os poderes deveriam se respeitar mutuamente. O senador também destacou que todo o conteúdo publicado por ele em suas redes sociais possui documentação comprobatória, e que não aceitará que essas verdades sejam silenciadas por meio de medidas arbitrárias.
Além do bloqueio financeiro, o senador também informou que sua conta no Instagram foi derrubada, o que ele interpretou como uma censura à sua liberdade de expressão e à sua atuação parlamentar. Para ele, a decisão de Moraes não só interfere em sua vida pessoal e profissional, como também representa um grave ataque às liberdades democráticas no país. O parlamentar concluiu seu desabafo afirmando que uma decisão de bloqueio judicial de R$ 50 milhões é completamente inconstitucional, porque se reveste de uma pena antecipada, de caráter perpétuo, que retira sua dignidade não só como parlamentar, mas como ser humano.
A fala de Marcos do Val rapidamente repercutiu entre seus pares no Senado, e a expectativa agora gira em torno da resposta que o Congresso dará a essa situação. A atitude de Moraes já gerou reações mistas, com alguns parlamentares expressando apoio ao senador e outros adotando uma postura mais cautelosa, aguardando mais detalhes sobre o caso. Este episódio lança luz sobre as tensões entre os poderes Legislativo e Judiciário no Brasil, e reacende o debate sobre a autonomia e os limites das decisões judiciais em face da imunidade parlamentar. A resposta do Congresso nos próximos dias será crucial para definir os rumos dessa controvérsia e para determinar se haverá, de fato, uma intervenção ou alguma outra medida para reverter a decisão de Moraes. O clima político em Brasília promete esquentar à medida que as discussões sobre esse tema avançam e novas informações surgem. Para muitos, este é um teste decisivo para a saúde da democracia brasileira e para o equilíbrio entre os poderes que a sustentam.